quarta-feira, 23 de março de 2011

Medicamentos sob vigilância reforçada

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Após os escândalos da comercialização de certos medicamentos que posteriormente  foram retirados do mercado, por serem causadores de efeitos secundários graves, a AFSSAPS (equivalente do nosso Infarmed) decidiu publicar uma lista das 77 substâncias medicamentosas que irão beneficiar de uma vigilância reforçada.




Muitos dos medicamentos citados serão objecto de um controle mais apertado por uma simples razão de precaução, o que é bom, outros estão já referenciados como tendo efeitos secundários graves e poderão brevemente ser retirados do mercado.


NOTA IMPORTANTE: esta lista não tem por finalidade criar qualquer medo injustificado nos doentes que actualmente porventura estão a fazer esta medicação, apenas é publicada para efeito informativo.



Segue a lista das substâncias em causa, adaptada ao mercado português. Nela figura o nome comercial, a substância química e os potenciais riscos:


ACTOS (pioglitazona)
Antidiabético oral. Risco de doenças cardiovasculares e cancro da bexiga.

ALLI (orlistato)
Usado para a perda de peso. Apresenta um risco de toxicidade hepática com risco de hepatites e pancreatites.

ARCOXIA (etoricoxib)
Pertence à família dos Coxibs, antiinflamatório, vigilância reforçada após o VIOXX ter sido retirado do mercado por aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

ARIXTRA (fondaparinux sódico)
Risco de hemorragia sobretudo nos idosos e nos portadores de insuficiência renal.

BLEU PATENTE (produto de contraste)
Risco de reacção anafilática.

BYETTA (exenatide)
Risco de pancreatite e alterações gastrointestinais.

CELANCE (pergolide)
Não utilizado em Portugal. Risco de valvulopatia. Retirada do mercado em curso.

CERVARIX (Vacina anti-HPV)
Reforço da vigilância.

CHAMPIX (vareniclina)
Usado para deixar de fumar. Assinalados vários casos de perturbações psiquiátricas e risco de suicídio.

CIMZIA (certolizumab pegol)
Numerosas infecções fúngicas oportunistas e risco de reacção de hipersensibilidade.

COLOKIT (fosfato de sódio)
Utilizado na preparação para exames do cólon. Risco de alterações hidroelectroliticas, renais e gástricas.

CYMBALTA (duloxetina)
Usado na depressão. Registo de alterações hepáticas e aumento do risco de suicídio.

Dextropropoxifeno (ALGIFEN)
Opióide usado na dor. Risco de dependência e de morte por sobredosagem.

EFIENT (prasugrel)
Utilizado na prevenção de tromboembolismo. Risco de hemorragias.

ELLAONE (ulipristal)
Contraceptivo de emergência. Apresenta o risco de não funcionar e por consequência de gravidez.

EQUANIL (meprobamato)
Não comercializado em Portugal. Usado na dependência alcoólica. Risco de morte por sobredosagem.

EXJADE (deferasirox)
Usado na sobrecarga em ferro secundária as transfusões frequentes. Risco de complicações renais.

EFFENTORA (fentanil)
Usado no tratamento das dores crónicas intensas. Apenas está em curso o problema do risco de dependência.

FASTUM creme (cetoprofeno)
Risco de alergia cutânea por vezes grave.

FERRISAT
Não comercializado em Portugal. Usado na carência de ferro. Problemas de hipersensibilidade.

GALVUS e EUCREAS (vildagliptina)
Antidiabético oral. Risco de toxicidade hepática.

GARDASIL (vacina anti-HPV)
Vigilância reforçada.

GLIVEC (imatinib)
Usado em certas leucemias quando não é possível o transplante de medula. Risco de cancro secundário.

HEXAQUINA (quinina)
Não comercializado em Portugal. Risco de reacções alérgicas na pele e hepatites graves.

INTRINSA (testosterona)
Usado nas mulheres sujeitas a remoção cirúrgica dos ovários e útero, usado para aumentar o desejo sexual. Estudos de vigilância reforçados.

ISENTRESS (raltegravir)
Usado no HIV. Risco hepático, aumento do risco de suicídio, rabdomiólise e baixa de plaquetas.

Isotretinoína (ROACUTAN)
Usado nos casos graves de acne. Risco elevado de malformação fetal e problemas de perturbações psiquiátricas.

JANUVIA e JANUMET (sitagliptina)
Antidiabético oral. Pode provocar perturbações musculares e sobretudo risco de pancreatite aguda.

LANTUS (insulina glargine)
Risco de cancro sugerido por vários estudos.

LETTER e THYRAX (levotiroxina)
Apenas alguns genéricos estão a ser postos em causa por falta de eficácia em relação aos originais.

LIPIOCIS (ácidos gordos)
Usado no diagnóstico por via arterial hepática de lesões no fígado. Possibilidade de lesões pulmonares.

LOFTYL (buflomedil)
Toxicidade neurológica e cardíaca.

LYRICA (pregabalina)
Risco de lesões da pele e óculares graves, perturbações hematológicas (sangue).

MEPRONIZINE (acepromazina)
Não comercializado em Portugal. Para o tratamento das insónias. Vigilância por risco de sobredosagem.

MEOPA (protoxido de azoto)
Analgésico e sedativo. Vigilância reforçada.

METADONA
Vigilância reforçada.

MINOCIN e MINOTREX (minociclina)
Hipersensibilidade ao produto das quais resultam hepatites e doenças auto-imunes.

MULTAQ (dronedarona)
Usado na fibrilhação auricular. Pode provocar problemas hepáticos.

Nimesulide (NIMED)
Risco hepático referido por vários estudos.

Nitrofurantoína (FURADANTINA)
Pode provocar toxicidade pulmonar e hepática quando utilizada durante longos períodos.

NOCTRAN
Associação de 3 moléculas para o tratamento das insónias. Não comercializado em Portugal. Sem interesse terapêutico, é preferível utilizar um só principio activo..

ONGLYZA (saxagliptina)
Antidiabético oral. Vigilância reforçada.

ORENCIA (abatacept)
Para o tratamento da artrite reumatóide. Risco de hipersensibilidade.

PEDEA (Ibuprofeno injectável)
Não comercializado em Portugal. Toxicidade renal.

Pholcodina
Antitússico semelhante à codeína. Não comercializado em Portugal. Reacções anafiláticas.

PRADAXA (dabigatran)
Anticoagulante oral. Risco hemorrágico e hepático.

PRAXINOR (Teonedralina e cafeína)
Utilizado na hipotensão ortostática. Não comercializado em Portugal. Risco de dependência.

PREVENAR (Vacina)
Reforço da vigilância.

PRIMALAN (mequitazina)
Foram assinaladas alterações do ritmo cardíaco.

PROCORALAN (ivabradina)
Usado na angina de peito. Recente colocação no mercado. Vigilância reforçada.

PROTELOS (ranelato de estrôncio)
Toxicidade renal e hepática, reacções cutâneas e aumento dos gânglios e glóbulos brancos.

PROTOPIC (tacrolímus)
Usado no eczema atópico. Foram referidos alguns casos de linfomas cutâneos.

REVLIMID (lenalidomida)
Utilizado no mieloma múltiplo. Avaliação de alguns casos de hipersensibilidade.

RITALINA (metilfenidato)
Vigilância nas condições e indicações de utilização.

RIVOTRIL (clonazepam)
Possibilidade de dependência.

ROACTEMRA (tocilizumab)
Utilizado na poliartrite reumatóide. Risco de infecção e de hipersensibilidade.

ROHYPNOL (flunitrazepam)
Risco elevado de dependência.

NEOTIGASON (acitretina)
Usado nos casos de psoríase graves. Risco de malformação fetal se for utilizado durante a gravidez.

STABLON (tianeptina)
Utilizado nos episódios de depressão grave. Causa elevada dependência.

STELARA (ustecinumab)
Medicamento usado na psoríase grave. vigilância reforçada.

STILNOX (zolpidem)
Risco elevado de dependência.

SUBUTEX (buprenorfina)
Tratamento de substituição da dependência aos opiáceos. Elevado risco de dependência.

Talidomida (THALOMID)
Usado no mieloma múltiplo. Provoca malformação fetal. Actualmente sob vigilância apertada.

TOCTINO e ZEFLRERA (alitretinoide)
Utilizado no eczema grave. Provoca malformação fetal.

TRAMAL (tramadol)
Pode produzir elevada dependência.

TRIVASTAL (piribedil)
Vigiado pelos casos de sonolência e ataques paroxísticos de sono.

TYSABRI (natalizumab)
Usado na esclerose em placas. Risco de alterações cerebrais.

VALDOXAN (agomelatina)
Utilizado nas depressões graves. Risco de toxicidade hepática.

VASTAREL (trimetazidina)
Vários casos de síndrome de Parkinson, baixa de plaquetas e purpura.

VFEND (voriconazol)
Usado no tratamento antifungo. Suspeito de aumentar o risco de cancro da pele.

VICTOZA (liraglutide)
Antidiabético. Risco aumentado de pancreatite e suspeita de poder desencadear cancro na tiroide.

XARELTO (rivaroxaban)
Usado na prevenção do tromboembolismo venoso. Risco de hemorragias e de toxicidade hepática.

XYREM (oxibato de sódio)
Usado no tratamento da narcolepsia. Risco de dependência.

ZYPREXA (olanzapina)
Antipsicótico com vigilância reforçada.

ZYBAN (cloridrato de bupropiona)
Usado para deixar de fumar. Risco elevado de perturbações psiquiátricas, depressão e suicídio.

ZYVOXID (linezolina)
Antibiótico suspeito de poder provocar anemia.



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3 comentários:

  1. Tive um avc isquemico transitorio no final de 2014 , assintomatico e sem sequelas porém com fibrilacao atrial fui medicado ininterruptamente com xarelto 20;a partir dai comecei a ter fezes amarelas e diarreia cronica , fiz todos examez para descartar outras doenças e todos deram negativo , desde tomografia a sangue oculto nas fezes e até hiv , tudo aponta para o uso do xarelto inclusive aumento da bilirrubina total , deveriam observar melhor esse medicamento para pessoas com doenças cronicas , pois os medicos sempre o descartam como causa mas a observacao do quadro aponta o xarelto como causador dos males pois antes de ingerir o mesmo eu era saudavel.

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  2. Tive um avc isquemico transitorio no final de 2014 , assintomatico e sem sequelas porém com fibrilacao atrial fui medicado ininterruptamente com xarelto 20;a partir dai comecei a ter fezes amarelas e diarreia cronica , fiz todos examez para descartar outras doenças e todos deram negativo , desde tomografia a sangue oculto nas fezes e até hiv , tudo aponta para o uso do xarelto inclusive aumento da bilirrubina total , deveriam observar melhor esse medicamento para pessoas com doenças cronicas , pois os medicos sempre o descartam como causa mas a observacao do quadro aponta o xarelto como causador dos males pois antes de ingerir o mesmo eu era saudavel.

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  3. Tomei minociclina para acne tardio e tive alterações de foro psiquiátrico, com pensamentos confusos e agressivos. Foi assustador é só melhorei quando interrompi. Terá a ver com o seu processamento no fígado? Li que em caso de hepatite (medicamentosa) pode haver transtornos de personalidade. Isso deveria ser bem estudado...

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