quinta-feira, 14 de março de 2013

Criminalidade: o fracasso do regime de Hugo Chávez

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A criminalidade na Venezuela, com uma das taxas mais altas do mundo, sempre foi o tendão de Aquiles do regime de Hugo Chávez. Escondido durante muitos anos, o facto é que o regime sempre foi confrontado com uma elevada taxa de homicídios. 

O incómodo vizinho da Colômbia e o combatido tráfico de droga, que sempre existiu, não foi controlado. Na Venezuela, com a desculpa da desigualdade social, temos um homicídio em cada meia hora.




Apesar da diminuição das desigualdades sociais na Venezuela, a insegurança continua a ser um dos principais problemas. A partir das 8 horas da noite, poucos são os que param no semáforos vermelhos em Caracas com medo de serem assaltados.


Fala-se em 50 homicídios, por ano, por 100 000 habitantes, talvez mais tendo em conta que se considerar-mos que só na aglomeração de Caracas, esse número pode atingir os 120 homicídios por 100 000 habitantes. Por comparação em Portugal, essa taxa é ligeiramente superior a 1 homicídios por 100 000 habitantes.


A título de comparação, no México, onde existe uma guerra entre gangues para o controlo do tráfico de droga, a taxa é de 15 homicídios por 100 000 habitantes. Caracas tornou-se assim a capital mais perigosa da América Latina.


A aposta na redução das desigualdades, que Chávez conseguiu durante este anos todos, não foi suficiente para controlar a violência que tem vindo a crescer na Venezuela. Várias medidas foram tomadas recentemente, como o controlo da venda de armas ou reforço policial.


A maioria dos delinquentes são jovens entre 12 e 15 anos de idades. Porte de armas ilegais, abuso de álcool, tráfico de droga, diminuição das detenções, corrupção nas forças da ordem e ineficácia dos tribunais são apontados como fonte do problema.





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7 comentários:

  1. Sim, é pena que tal aconteça.

    Mas e os EUA onde , de vez em quando, existem massacres?

    Tudo de bom

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    1. (Passando ao lado das diferenças culturais ou das subculturas existentes...)

      Os massacres nos EUA são obra do próprio poder estabelecido norte-americano. O qual visa criar um pretexto para desarmar a população civil, para que esta não tenha meios de resistir à "Nova Ordem Mundial" que aí vem. Pois, nos EUA, a autodefesa (e consequente posse de armas de fogo) é um direito constitucional.

      Se entender o inglês, oiça o que tem a denunciar o muito conhecido radialista Alex Jones.

      http://www.infowars.com/
      http://www.prisonplanet.com/

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  2. Tudo bem...Mas sem que isso seja definitivo quero referir que Caracas é a capital do Estado onde Capriles é o Governador há, pelo menos, 4 anos.

    João Pedro

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    1. Caro anónimo,

      Gostaria de referir que Caracas sempre foi uma cidade violenta. Antes de Hugo Chávez, já havia 20 homicídios por 100 000 habitantes, mas o facto é que agora é de mais de 120 por 100 000 habitantes, considerando toda a aglomeração.

      Admirador de Chávez, constato que a violência tem aumentado. Vários factores podem ser salientados, um dos quais é a ineficácia da própria polícia com meios limitados e a benevolência dos meios judiciais.


      Tudo isto não invalida o progresso, que várias vezes referi, feito pelo regime de Chávez.


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    2. É isso mesmo que vinha aqui acrescentar.

      É preciso notar que o problema da criminalidade na Venezuela é um problema que já vem do tempo anterior ao Chávez e ao PSUV.

      É um problema que já lá estava antes da Revolução Bolivariana e que a última tenta agora resolver.

      (Fazendo uma analogia... É como um conjunto de "ervas daninhas" que enraizaram e se multiplicaram e que, agora, se estão a revelar difíceis de remover. Mas, a culpa foi de quem anteriormente cuidava do "jardim", que criou as condições que facilitavam o surgimento destas mesmas "ervas daninhas" e deixou que estas assentassem.)

      A Venezuela sempre foi um país perigoso.

      E eu conheço até pessoalmente quem de lá se tenha vindo embora por causa disso, muito tempo antes do Chávez ter sequer subido ao poder. Havendo, na família de que falo, quem tenha testemunhado um dos muitos homicídios que são mencionados.

      Tanto quanto eu consigo perceber, o problema da criminalidade é que, agora, por sempre ter sido este um fenómeno muito disseminado, aparentemente, já evolui/degenerou para uma espécie de subcultura que, entretanto, assentou e criou raízes e que, por isso, se está a revelar difícil de combater.

      E, com quem tem interesse em sabotar a Revolução Bolivariana certamente a incentivar tal subcultura - estimulando o consumo de drogas e tudo mais que, exceptuando a pobreza, esteja também na origem deste fenómeno - muito mais difícil se tornará tal processo de combate.

      Pois, ainda que a criminalidade tenha uma origem maioritária no fenómeno da pobreza, assim que evolve/degenera para uma espécie de subcultura, em certos países, torna-se algo muito mais difícil de combater.

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    3. Amigo Fernando,

      Este facto que escrevi de ter sido um fracasso do regime de Chévez, é um dos problemas com que está confrontado o regime.

      Penso sinceramente que nesse ponto o regime errou. Pensou que a criminalidade se devia à desigualdade social e que reduzindo essa desigualdade se iria resolver o problema da criminalidade. Aliás, nos três últimos anos de governo ele próprio o reconheceu.

      A criminalidade já existia antes de Chávez, mas esse problema foi menosprezado.

      Vários factores contribuíram para esse aumento, o que vai ser amplamente referido pela oposição.

      Temos para já um aumento global da criminalidade, comum a todos os países. Deve-se em parte à emigração da periferia para os grandes centros urbanos à procura de uma vida melhor que não corresponde às expectativas dado o elevado número de desempregados.

      Temos também devido a esse facto um grande número de jovens desocupados que tentam sobreviver à custa de pequenos esquemas e de pequenos furtos que pouco a pouco acabam por cair na grande delinquência.

      Depois temos o incómodo vizinho, a Colúmbia, produtor de droga.

      Temos também uma reacção normal em acreditar que a redução das desigualdades irá resolver esse problema, o que implica criticar as forças da ordem, como ele várias vezes o fez, e a não atribuição de créditos suficientes para essas forças.

      As forças da ordem actuais, particularmente em Caracas, estão sub-dimensionadas em relação às reias necessidades.

      Depois temos também a corrupção que não foi saneada nessas mesmo forças armadas.

      Por fim temos a ineficácia do sistema judicial controlado em parte pelo poder político.

      O número de condenados diminui drasticamente no governo de Chávez.

      Resumindo, penso que com a euforia das imensas medidas tomadas esse sector foi menosprezado.

      Aquele abraço

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  3. A violência nasce no conflito interior em pessoas incapazes de lidar com os conflitos exteriores.

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