segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O que fazer com as manifestações?

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As manifestações deste fim de semana foram as maiores de sempre em Portugal, espontâneas, legítimas e com testemunhos comoventes. A revolta estendeu-se a todo os estratos sociais. No dia seguinte ficar a pergunta: o que fazer com estas manifestações?




Ao longo de décadas, fizeram-nos acreditar que o único sistema democrático viável era aquele em que vivemos, pautado por eleições regulares dominadas por partidos políticos. Acreditamos que ao colocar o nosso boletim de voto de quatro em quatro anos numa urna somos donos dos nossos destinos. Vivemos neste sistema esquecendo que, na realidade, o nosso voto não é escolhido livremente, mas sim fruto de vários factores dos quais o mais importante, a manipulação mediática, nas mãos dos grandes grupos financeiros,  é que "decide" em que candidato iremos votar, no meio de uma mão cheia de candidatos impostos pelos partidos políticos.


Após a votação, o candidato escolhido tem carta branca para fazer o que os grandes grupos financeiros lhes ditam. Este sistema está construído, muito em particular através do método d' Hondt, para perpetrar no poder, alternadamente, dois grandes partidos, um de centro-direita e outro de centro esquerda, que são exactamente a mesma coisa. É o que se passa em todos os países ocidentais.


Outras soluções são possíveis para ter um sistema mais democrático, mas o poder, e quem o manipula, não está interessado noutras vias para não perder os seus privilégios. Nestas condições, é praticamente impossível combater o sistema capitalista instalado actuando por dentro, isto é com as mesmas armas.


As manifestações, mesmo desta amplitude, são apenas cócegas para este sistema capitalista, com a vantagem de servir de panela de escape à revolta popular. 


Muitas das várias revoluções mundiais "apenas" conseguiram substituir uma ideologia partidária de direita por uma outra de esquerda ou vice-versa. O nosso sistema democrático não tolera verdadeiras democracias populares, aquelas que invertem a pirâmide do poder, aquelas que a nível local, de bairro ou de vila, decide as suas prioridades, que as transmite ao nível regional e por fim ao nível nacional. Com o actual sistema, o topo da pirâmide na maior parte das vezes não faz a mínima ideia, nem está preocupado com o que se está a passar na parte de baixo.


O actual modelo afastou o poder da realidade, desvalorizando o trabalho e a justa distribuição dos rendimentos. Privilegia uma elite política que troca favores entre si para manter imutável uma sistema corrupto e especulativos com o qual partilha o fruto do trabalho produzido pela multidão de escravos que financia os seus altos rendimentos.


A legítima revolta popular traduzida nesta manifestação que ficará para a História, coloca também a questão de saber o que fazer no dia seguinte com essa manifestação. Existem muitas alternativas às medidas anunciadas por este governo, mas é pouco provável que ele irá voltar atrás nas suas decisões.



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23 comentários:

  1. Passou-me (quase) completamente ao lado... E só hoje soube do que concretamente se tratava e da sua dimensão...

    Ouvi alguém da minha família falar numa manifestação que ia haver e respondi que não estava interessado. Perguntou-me essa pessoa sobre as manifestações a que eu ia então, há uns anos atrás, até no estrangeiro... "Manifestações nunca mudaram, nem nunca hão-de mudar, o Mundo", respondi. "O que é preciso é avançar com soluções". E assim continuo a pensar.

    Penso também que, ao convencer quem nelas participa de que estão a fazer alguma coisa para mudar a sociedade e ao servirem, como você disse, como uma "válvula de escape", acabam por ser um desperdício de energia e um desvio de outras formas de luta, muito mais produtivas e eficazes. (Razão pela qual penso que são promovidas pelo poder estabelecido, que tenta até fazer disto um modo de vida.) Assim como sei que geram - e sei disso por experiência - um sentimento de frustração e de impotência, perante a situação actual, nas pessoas que nelas participam. (Outra razão pela qual penso que são promovidas pelo poder estabelecido.)

    Desconfio muito da espontaneidade das mesmas. E pude ver na última grande que houve, organizada pelo falso movimento M12M - na qual decidi, à última da hora, participar, a título único e excepcional - que foi mesmo muito promovida pelos média controlados. Que foram quem realmente convocou as pessoas para a mesma e que depois a cobriram com enormes sorrisos na cara - presumo eu que, ao constatar o enorme poder que têm, no fenómeno da manipulação das massas.

    Que sejam uma pequena parte da luta de quem tenta avançar com soluções... Penso que faz todo o sentido - pois ajuda a chamar a atenção das pessoas para a causa de quem Luta, verdadeiramente. Agora, que sejam feitas por quem não tem quaisquer soluções a apresentar... Penso que são um desperdício de tempo e de energia e apenas confusão desnecessária que gera uma vã esperança entre quem não tem cérebro...

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    1. Meu grande amigo Fernando,

      Hesitei um pouco ao escrever este texto de opinião porque poderia ser mal interpretado, mas deve dizê-lo que o escrevi pensando que se uma única pessoa iria compreender serias tu, além da Fada do bosque, do Burgos, de Devir, do Rogério.

      Não sou contra as manifestações, antes pelo contrário, são legítimas, "demasiado legítimas" a meu ver, mas não servem para nada, fazem parte do "esquema".

      Na maioria das vezes são orquestradas pelo poder vigente, não tem qualquer alternativa ou solução para os problemas, são manipulados e servem apenas o sistema vigente.

      É o tal escape para fazer parecer que existe "democracia", a desobediência civil pode ser uma das soluções para minar o sistema por dentro, o que atinge os seus mais altos valores: o dinheiro e o poder.

      Um abraço

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    2. Sim...

      E gostava apenas de sublinhar que, tal como disse no meu último parágrafo,

      Eu não acho que as manifestações não sejam também uma forma de luta, em si. Ou que não ajudem a uma causa pela qual se esteja a lutar. O que, como disse, acho é que não são, nem as formas de luta mais eficazes, nem as mais importantes. E que só fazem sentido quando são feitas por alguém que quer, ao mesmo tempo, avançar com soluções e alternativas.

      Agora, estas manifestações, convocadas por sabe-se lá quem, que não parece ser partidário de alternativa nenhuma, e às quais comparecem pessoas que, maioritariamente, se limitam a dizer que não gostam de actual situação, é que não fazem, para mim, qualquer sentido. E é por isso é que creio que são promovidas pelo poder estabelecido, que quer conduzir as pessoas a becos sem saída.

      Comparem a mediatização que é feita destas manifestações de chamados "indignados" com a que é feita de manifestações da CGTP, por exemplo, em que também chegam a ser centenas de milhares o número de pessoas que enchem as ruas de Lisboa. A diferença na cobertura é imensamente notória. Sendo estas últimas manifestações, por parte de quem luta por objectivos concretos e propõe também alternativas concretas, retratadas como se nada fosse...

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  2. Concordo integralmente!
    Acredito que estes eventos só servem para dar ao povo uma falsa sensação de liberdade, e uma sensação ainda mais falsa de que o povo é que manda.
    Aproveito para dar os parabéns a este blog do qual sou seguidor, pois tem feito um excelente trabalho!!!

    Abraço!

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    1. Devo dizer que já tinha ouvido falar do teu blogue, mas nunca tinha tido a curiosidade do consultar.

      Parabéns pelo blogue, temas pertinentes.

      Obrigado pela publicação deste artigo.

      Um abraço e até breve

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  3. Olá dr. Octopus,

    É uma boa pergunta, mas gostaria de saber a resposta, porque até agora os tugas eram palermas porque nunca manifestavam o seu descontentamento e agora são idiotas por o terem feito, ou não?...

    Eu fui à manifestação por solidariedade com os mais velhinhos, que estão a sofrer um valente genocídio e durante a viagem de combóio, consegui com que um velhinho me acompanhasse. Chegou a uma altura da conversa em que as lágrimas lhe caíam pelos olhos e em que pude abraçá-lo com carinho. Só por isso já valeu ir à manifestação.
    Não esquecer também que poucos de nós vão morrer durante o sono... isso é para "priveligiados"! Os que chegarem a essa idade depois dirão qualquer coisa... se se sentirem sem apoio.


    Quanto à revolução quero aqui deixar as palavras de Urbano Rodrigues e considerando que tudo já foi planeado... e se vir este post, verá as semelhanças e os paralelismos, sempre foi assim e sempre será. Quem tem o poder põe e dispõe.

    "Transcorridos 38 anos, frustradas as grandes esperanças da Revolução Democrática e Nacional, uma grande burguesia dependente, mais sofisticada do que a anterior, e mais intimamente ligada ao imperialismo, encontra-se novamente instalada no Poder.

    Sob alguns aspectos a luta contra o sistema é hoje mais difícil do que na época de Salazar e Caetano porque as condições subjectivas são menos favoráveis.

    As instituições existentes (deformadas por sucessivas reformas da Constituição) levam milhões de portugueses, a maioria da cidadania, a crer que o regime português é democrático.

    Ora, na prática vivemos sob uma ditadura da burguesia de fachada democrática. Mas somente uma pequena minoria de portugueses tem consciência dessa realidade.

    Em Portugal, a resistência dos trabalhadores a políticas neoliberais de sucessivos governos do PSD e do PS tem sido uma constante. Sobretudo nos últimos anos. Expressou-se em gigantescas manifestações de protesto, em greves gerais e sectoriais realizadas com êxito, em lutas de numerosas categorias profissionais, com destaque para as dos professores.

    continua

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    1. Minha amiga,

      Claro que a indignação é legítima e deve existir. Claro que quem genuinamente foi à manifestação o fez de forma educada e convencida. Não critico quem o fez, eu próprio estive quase para ir, a minha mulher também.

      Tudo isso é muito bonito e toca-nos a todos os que acreditam numa outra via, uma outra solução.

      Mas como diz o Fernando, uma coisa que achei logo à partida curiosa era a sua divulgação constante através dos média. Não havia jornal televisivo que não a divulga-se, a propagandia-se. Teve sempre releve de primeira página nos noticiário que a antecederam, foi filmada até à exaustão por câmaras, helicópteros, horas a fio.

      Apesar de respeitar as manifestações penso que a maioria serve apenas de escape para a revolta popular e essas nunca servirão qualquer alteração no sistema vigente.

      Perguntas o que se deve fazer. Tens toda a razão, penso que além da tomada de consciência dos verdadeiros problemas, de saber quem está realmente a governar, essa luta deve passar por acções mais incisivas, as que afectam realmente o sistema, como sejam algumas formas de desobediência civil.

      Um beijo

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    2. Não tenho TV e deixei de ouvir rádio, querido amigo... para não enlouquecer. Devia ter visto a minha perplexidade por ter lá visto o heli o tempo inteiro, cheguei a pensar na minha ignorancia, que fosse para evitar que as palavras de ordem e os discursos fossem ouvidos! garanto! Não sabia a finalidade do heli!... :) Não fazia ideia da divulgação dos media, pois só vi em blogues... mas iria de qualquer forma, como tenho ido sempre nestes ultimos anos. Quieta não fico.

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  4. Mas o controle dos media pelo capital e a influência hegemónica do imperialismo na Internet dificultam extraordinariamente a compreensão pela maioria dos portugueses da complexidade da crise mundial e dos desafios que se colocam ao povo português. Os mecanismos da alienação são uma fonte de ilusões, favorecendo a direita (na qual incluo os dirigentes do PS).

    A ilusão de que é possível às forças progressistas chegar ao governo através de eleições está muito difundida. Tal convicção é utópica.

    A engrenagem montada pelas forças do capital foi concebida e funciona de modo a que alternadamente obtenham maioria parlamentar e cheguem ao governo, exibindo uma falsa representatividade popular, ora o PSD (levando a reboque o CDS), ora o PS.

    A ruptura com essa engrenagem, para produzir efeitos, para ser real, não pode consumar-se dentro do sistema, tendente à sua democratização. Terá de ser uma ruptura contra o sistema. Por outras palavras, é imprescindível deixar transparente que o inimigo é o capitalismo e que este é irreformável pela sua natureza desumana. É possível em Portugal um governo menos reaccionário, mas não um governo progressista.

    A linguagem da verdade é uma exigência política e ética no diálogo com as massas.

    A ideia de uma volta a Abril é também romântica. A História não se repete. Seria negativo confundir os valores de Abril e o respeito que inspiram com a aspiração ilusória de uma nova Revolução Democrática e Nacional, no actual contexto.

    Qual então o carácter da resposta popular, qual o rumo que a contestação ao Poder da burguesia e ao protectorado imperial devem assumir?

    A pergunta é formulada com frequência por aqueles a quem são dirigidos apelos para a dinamização da luta de massas. E é pertinente porque a relação de forças na sociedade portuguesa não abre a porta a uma conjuntura pré-revolucionária.

    A menos que se produza a nível mundial uma situação revolucionária envolvendo os EUA e a União Europeia, o que não está para breve, uma Revolução social vitoriosa em Portugal é uma impossibilidade."

    Quanto ao fascismo... nem de lá chegamos a saír.

    Um beijo

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    1. Fada,

      Tentei responder ao teu comentário anterior sem ter lido este.

      Penso sinceramente que vivemos num regime fascista mais perigoso porque num regime fascista puro sabemos quais são os nossos inimigos, neste não, estão disfarçados de democratas.

      Como dizia uma amigo meu, o mal da revolução portuguesa é que foi uma revolução sem sangue. Não que seja a favor de uma revolução com sangue. Bem sabes que que sou pacifista por natureza, mas o sangue aqui é referido em termos metafóricos. Não aconteceu em Portugal, e cada vez estou mais convencido, uma verdadeira revolução, esta teria de implicar uma mudança de mentalidades, de paradigma, o que não aconteceu.

      O que se passou na sociedade portuguesa foi uma adaptação a uma nova ditadura, a dos partidos agora livres, do mesmo sistema capitalista, da ditadura da União Europeia.

      A mentalidade é a mesma, mesquinha, centrada no seu umbigo, nos mesmos padrões.
      Como dizes, uma Revolução social vitoriosa em Portugal é impossível. Isso cansa-te, cansa-me, cansa-nos a todos os que acreditam que uma outra forma de vida é possível.

      Um beijo

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  5. As manifestações são importantes e penso que poderão até produzir resultado, mas eu acho que carecem de objetividade, porque as pessoas não estão conscientes do como são enganadas. Por exempo, as pessoas não dão grande importância a um ministro que minta descaradamente, mesmo sabendo disso, elas manifestam porque a crise lhes tocou de alguma maneira, sem crise ficavam em casa, esse é o problema. Caso contrário as manifestações apelavam à demissão do 1º ministro bastando para isso a mentira, hipocrisia e falsidade.
    Pelo menos não me lembro ter havido uma manifestação para exigir a demissão do relvas, do paulo portas, sócrates, isaltino morais... É sempre por direitos, melhores condições de vida, basta... Se querem mudar um sistema a abordagem não pode ser essa, tem de ser o de derrubar um corrupto de cada vez, exigir alterar uma determinada lei, exigir acções muito específicas... Em alguma manifestação se viu uma explicação às pessoas de como somos enganados? No dia seguinte as pessoas ficam a saber o que sabiam antes, nada muda.

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    1. Caro anónimo,

      Essa ideia foi a que tentei transmitir neste artigo de opinião: no dia seguinte nada muda.

      Obrigado pelo seu comentário

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  6. "As manifestações, mesmo desta amplitude, são apenas cócegas para este sistema capitalista, com a vantagem de servir de panela de escape à revolta popular."

    Tropecei aqui e julgo que é o parágrafo que melhor espelha seu pensamento. Sou levado a concordar que o sistema até gosta destas manifestações. Mais, acho que este tipo de manifestações (e a de sábado, em particular) servira como "arma" de arremesso contra a outra, convocada pela Intersindical (que não terá o carinho dos média, nem a dimensão desta).

    Quanto às manifestações organizadas pelas organizações politicas ou sindicais elas são apenas mais uma forma de luta. A sua importância avalia-se pela (quase) omissão a que são votadas, pelas batalhas dos números quanto à dimensão, pelas habilidades dos operadores de imagem convertidos em caçadores de "cromos". Isto é, o sistema não gosta e, exactamente por isso, eu gosto. Gosto mas reconheço que não é mais que uma forma de luta, e há outras

    No actual quadro democrático, onde a correlação de forças nem é favorável a outra coisa que não seja resistir, as manifestações são necessárias. Se, como diz a Fada do Bosque, as condições subjectivas fossem outras e os actuais governos tivessem o odioso que a ditadura tinha, talvez pudesse ter ideia diferente! Dia 29 lá estarei!

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  7. Esqueci de avisar que a foto que publicou se refere a uma manifestação em Istambul...

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    1. Ora aí está Rogério...

      Está a ver como por instinto se coloca a corda na cintura, para ser puxado do fundo do poço e não no pescoço?

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  8. Rogério,

    Bem sabes que partilho contigo a luta política na sua mais intima essência.

    Sempre considerei e continuo a considerar que a luta dos sindicatos, manipulados ou não pelo poder político vigente foi fundamental para os direitos legítimos que adquirimos ao longo destas últimas décadas.

    Reconheço nas manifestações o descontentamento mas é uma foram de luta passiva, esta amplamente divulgada e aproveitada pelo sistema.

    O que é que vai mudar? Passos Coelho vai voltar atrás? Vão lá colocar outro palhaço do PSD? Vai para lá o palhaço do PS? Vai haver eleições anticipadas para colocar mais do mesmo?

    Não me revejo este sistema de eleições que mantêm no poder os mesmo de sempre. O sistema gosta deste tipo de manifestações, alimenta esperanças de mudança e cala os mais críticos.

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  9. Amigo dr. Octopus, estas manifestações não vinculadas aos partidos, dão força aos mais audaciosos! São esses que fazem sempre a diferença... Talvez eu esteja errada, mas acredito que sim.

    Um beijo

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  10. Fada,

    Porque é que te cansas, porque é que te consomes?
    Porque é que que nos consumi-mos com problemas que para a maioria das pessoas não faz qualquer sentido?

    Frequentemente faço a mim próprio essa pergunta. A maioria das pessoas estão-se nas tintas para essa tipo de considerações. O que lhes interessa são os seus pequenos problemas, as suas pequenas vidas, sobreviver. E talvez tenham razão.

    A condição humana é sobreviver, com os seus problemas caseiros como todos nós os temos. Vou tentar safar-me no meio desta "merda" toda.

    Chego frequentemente a pensar que tem razão. O sistema está montado de tal forma que só isso é que interessa: safar-se.

    Frequentemente me sinto desencorajado, isolado, mas pessoas como tu me fazem pensar o contrário e isso faz toda a diferença.

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  11. Prefiro morrer de pé do que me resignar, dr. Octopus...

    Penso que nós somos daqueles que vamos morrer sem nunca nos termos envergonhado de nós próprios e pelo que conheço de si, nunca será como a generalidade dos homens e só isto, dá força para continuar e porque sei que existem muitos como nós.

    Um beijo amigo querido

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  12. Prefiro morrer de pé a me resignar, dr. Octopus...

    Dia 29 lá estarei!

    :))

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  13. Infelizmente concordo com o exposto, mas Tudo tem um princípio. A tomada de consciência não foge a esta regra.

    De forma alguma me atrevo a julgar os motivos que levaram as pessoas a aderir à manifestação e a aguentar o sol escaldante que se fez sentir no sábado.

    Ao banalizar e desvalorizar a verbalização do descontentamento, estaremos a ser diferentes dos que realmente estão no topo da pirâmide e que na maior parte das vezes não faz a mínima ideia, nem está preocupado com o que se está a passar na parte de baixo?

    Perante a Total ausência de saídas apresentada, o que somos como Humanidade?

    O sistema financeiro que presentemente governa e escraviza a Humanidade, foi em grande parte ajudado por todos nós, por falta de consciência ou porque somos apenas humanos e nos deixámos manipular e “guiar” com a ilusão que o próprio sistema nos apresentou.

    Todos vivemos ainda essa ilusão. Basta analisar o consumismo desenfreado em TI (telemóveis, por exemplo.

    Mas a História é mestra em exemplos. Todos os impérios cairam e foram os povos asfixiados que iniciaram esse processo.

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  14. Boa tarde,
    Venho sugerir que coloque a funcionalidade de partilha do Facebook nos seus artigos.
    Obrigada,

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    1. Ana,

      Não conhecia o seu blogue, gostei dos poema que publica e me tocam muito, irei lá de vez em quando.

      Quanto à partilha no Facebook, sei que muitos dos meus artigos circulam nessa rede, e que teria sem dúvida mais seguidores, mas estando profundamente contra essa rede, não o irei fazer.

      Um abraço, obrigado.

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