sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Era uma vez um país que gastava 215 milhões de euros na cultura e 327 milhões de euros na televisão pública...

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 ... e esse país é Portugal...



O Orçamento da Cultura para o ano de 2011 foi de 215 milhões de euros,  menos 8,8 por cento do que em 2010, ou seja 0,4 por cento da despesa total prevista da administração centra, enquanto isso, a televisão pública custou ao Estado, ou seja a todos nós, 326 milhões de euros. 



O dinheiro pago à RTP serve para pagar ordenados bastante acima da média para a mesma função noutra empresa (num total de 113 milhões de euros), alimentar um sistema de "cunhas" para ingressar e progredir no seu interior, e realizar despesas astronómicas na compra de programas de qualidade medíocre.




Como escrevia recentemente o blogue "oinsurgente": «Deve um governo ter um canal de televisão na sua posse? Precisamos dum canal da televisão na posse do estado para que exista qualidade e isenção nas televisões?»

«Olhando para a programação da RTP1 (música pimba de manhã, novelas e música pimba de tarde, “entretenimento” pago a preço de ouro à noite) e para os shares da RTP2  (consistentemente abaixo dos 5%)  parece evidente que em termos de qualidade e de necessidade as coisas não estão propriamente bem entregues. Olhando para sucessivas polémicas de sucessivos governos que são acusados de querer usar a televisão pública em proveito próprio ter-se-á uma ideia pelo menos quanto à percepção da permeabilidade da RTP ao poder político.»




Quanto custa a RTP?


Em indemnizações compensatórias e em transferências de capital, a RTP custou ao Estado, desde 2009, cerca de mil milhões de euros. Acresce a este valor as contribuições do audiovisual que os portugueses pagam mensalmente com a factura eléctrica.

De acordo com a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, as indemnizações compensatórias recebidas pela RTP foram de: 109,5 milhões de euros em 2011
(Este valore integra o IVA que a RTP, depois, tem de devolver ao Estado.)

De acordo com dados da Direcção-Geral do Tesouro, as transferências de capital na RTP foram de: 66,2 milhões de euros em 2011


De acordo com os relatórios e contas da RTP, as contribuições do audiovisual foram de: 151,1 milhões de euros em 2011


Ou seja um valor total para 2011 de  326,8 milhões de euros




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5 comentários:

  1. Estou abismado, Dr. Octopus, por você vir propor a mesma coisa que a associação de malfeitores que nos governa! Não esperava nada, tendo em conta o teor dos artigos do seu blogue...
    Até a coincidência de timing é perfeita!
    O que é preciso é lutar por uma televisão pública e de qualidade. Mas, isso claro, pode parecer menos viável, porque exige o mesmo tipo de acções - de massas - que as necessárias para por fim a intrusão das duas toikas - a externa e a doméstica ( PS, PSD e CDS )- no nosso país e para derrubar este governo de bandidos a soldo do grande capital (portanto, anti-patriótico e de direita ) por um que sirva os interesses da maioria ( incluindo na televisão... ) por um patriótico e de esquerda.

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    1. Devir,

      Bem sabe que sempre lutei pelo que acho mais justo e fico triste por indirectamente associar a minha ideologia política a partidos que sempre combati.

      Mais uma vez esclareço que nunca me revi em qualquer partido político, pelo contrário defendo o fim dos partidos e a instalação de uma verdadeira democracia directa.

      Quanto à RTP, não vejo qualquer utilidade em manter um serviço que de público não tem nada, servindo apenas para ser a corrente oficial dos sucessivos governos que tem nomeado os seus gestores.

      A RTP como os outros canais televisivos são um óptimo meio de anestesiar os povos que ainda para mais, no caso da televisão pública pagam para serem anestesiados.

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    2. Peço desculpas pela apressada ilação que tirei, mas continuo a achar que você, Otopus, não tem razão.
      O PCP, pr exemplo, qye não acredita em "fins-de-história" ( haverá sempre contradições, mesmo quando não hover classes sociais ou quando os seus itneresses já não forem antagónicos )é o único partido que "anda a buscar lenha para se queimar", por assim dizer, ou seja a trabalhar para a sua própria extinção, pois ao acreditar no fim do estado sabe que os partidos também desaparecerão, por inúteis.
      Mas, esse é um objectivo muitíssimo longínquo!
      Por ora,o que importa é cuidar de pôr o estado ao serviço de vastos maiorias em vez de ao de ínfimas minorias. Também no audio-visual...

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    3. Devir,

      Obrigado pelas suas desculpas.
      Prefiro alguém, como é o seu caso, que não concorde comigo, mas tenha argumentos que apesar de diferentes dos meus são igualmente sustentáveis. Nesses casos as críticas são sempre bem-vindas.

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  2. Eu acho que o que é preciso é deixar de obrigar as pessoas a pagar por serviços que não querem, ou que não usam, seja a nível de informação ou de qualquer outro tipo. E acho que o que se devia fazer, era vender - ou acabar mesmo com - estes dois canais.

    A RTP é do maior lixo que conheço, quer em termos de informação, quer em termos de "cultura". Já não posso mais com as constantes mentiras e importantes omissões que os telejornais desta estação fazem. E não tenho pena mesmo nenhuma que esta estação seja reduzida a apenas um canal. (Ou que acabassem mesmo com ela - coisa que nunca irão fazer, pois é um excelente meio de lavagem ao cérebro e manipulação das massas.)

    Felizmente, ainda vamos tendo a Internet, para podermos livremente procurar melhores fontes. E, com essa, sim - por não ser um meio, por enquanto, controlado - é que os grandes interesses económicos e os seus governos-fantoche querem - e irão - em breve, acabar.

    Para mim, o futuro da informação e da cultura está na Internet. Que é o melhor e mais livre e Democrático meio de divulgação destes que conheço. (E, por isso mesmo, um que não convém que se deixe desenvolver.) Mas, quem goste também da televisão convencional, que forme então colectivos que produzam a sua informação e a sua cultura e que os mesmos sejam financiados, de forma voluntária, por quem tem interesse em ver os seus produtos.)

    "Serviço público" é o que faz qualquer órgão de informação de qualidade, e que seja honesto, quer seja financiado de forma voluntária ou não. E "serviço público" era o que também, algumas pessoas que me liam, diziam que eu fazia - nos meus tempos de "jornalista cidadão" - e eu não obrigava ninguém a pagar pelos meus textos.

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