quarta-feira, 6 de junho de 2012

Aumentar salários não é política, é uma urgência

.







Contrariamente ao que diz António Borges, que "diminuir salários não é uma política, é uma urgência", ele que ganha 225 mil euros por ano do FMI livres de impostos, é urgente, sim, aumentar os salários.





Os salários reias têm diminuído.


Para receber "ajuda" financeira, pede-se aos países que dela necessitam, entre outras medidas, uma redução salarial para aumentar a competitividade. E efectivamente os salários têm vindo a baixar, mas sem que se vislumbre qualquer resultado macro-económico.


Nos quatro países da zona euro em dificuldade, a diminuição dos salários aumentou os lucros das empresas, mas não teve qualquer resultado positivo na competitividade ou no investimento. Essa baixa salarial teve, pelo contrário, como efeito, a diminuição da procura interna por parte das famílias já de si sujeitas a medidas fiscais de extremo rigor.


Constatamos que, os países com a taxa de desemprego mais alta são os que têm um custo de produção horária mais baixa. Este paradoxo demonstra, em parte, o erro que constitui manter uma política de baixos salários que é em parte responsável pelo abrandamento do crescimento.


Aumentar os salário, não só representa uma medida para sustentar a procura interna, mas também melhora a produtividade. Já dizia Joseph Stiglitz, prémio Nobel em 2001, há várias décadas: "o aumento dos salários leva a que quem dele beneficia aumente a produtividade, e portanto, a produz mais".


A teoria da existência de uma maior eficácia com salários elevados, torna-se ainda mais gritante quando sabemos que estes países nunca poderão competir com países asiáticos, onde a pratica de baixos salários existe a um nível impossível de colocar em prática nos países europeus.



A produtividade tem aumentado.


A produtividade aumentou, nos últimos dez anos, duas vezes mais do que os salários. O que estamos a fazer, na nossa sociedade é, substituir os salários pelas mais valias obtida pelas empresas e assim, estamos a transformar-la numa sociedade unicamente baseada no capital real ou virtual.


Querem-nos fazer crer que a mundialização condena os países ricos a uma baixa dos salários, ora, a concorrência não é depende unicamente dos salários, muitos outros factores entram em jogo, tais como o nível de educação ou o sistema jurídico. Basta referir que os países que praticam salários elevados são os mais desenvolvidos.


Estamos a assistir à liquidação da classe média, esmagada entre uma classe rica, que tem beneficiado com a crise, e uma classe pobre, subsidiodependente.
No contexto actual, é possível aumentar os salários, sobretudo os mais baixos, sem aumentar o custo do trabalho, diminuindo, por exemplo, a carga tributária das empresas.
Outra medida importante seria, aumentar a taxa sobre as mais-valias em operações de bolsa.
 



.

 



15 comentários:

  1. Olá Octopus...

    Por falar em "salário de merda"... Estou inspirado graças aos vizinhos espanhóis! Para compreenderes melhor este meu momento inspirado vê este vídeo
    Como eles dizem "Assim pela 1ª vez na vida podias viver com um salário de merda uma vida do caralho" mas
    vê o vídeo que até dá para RIR de tão surreal que se tornou esta nossa REAL podridão!
    (pus o vídeo a arrancar na parte engraçada!!)
    (outra coisa deveras irritante é a treta das letras de validação!)
    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Muito bom Voz,

    Se não fosse verdade, até dava para rir...

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Classes sociais...
    Alta, Média e Baixa?
    Acho que as questões colocadas, não estando erradas, são bem mais complexas. Concorda?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Concordo contigo Rogério,
      as questões colocadas são bem mais complexas, mas a tentativa, foi fazer entender que a baixa de salários, além de injusta para quem trabalha é um paradoxo inconsistente do ponte de vista económico.

      Nenhuma economia, mesmo capitalista, pode viver a longo prazo com salários baixos, esse conceito, ultrapassado, cria mais trabalho precário, mais desemprego, e nem sequer é benéfico para o capital das grandes empresas.

      Eliminar
  4. Pois... Mas andar com pensos rápidos também não é lá grande solução...

    Para mim:
    1- Encerrar os Mercados Financeiros;

    2- Queimar os “Livros” das Dívidas Especulativas Existentes;

    3- Nacionalizar toda a Banca Privada;

    4- Retalhá-la em pequenos Bancos Nacionais (Privados só depois do ponto 5 estar concluído)

    5- Reescrever do ZERO todas as Regras do Sistema Monetário. Isto se desejarmos continuar a viver num Sistema Monetário.

    Claro que o começo é: Destruir os ESTADOS CENTRALISTAS, como é o caso do nosso! Mas isto incomoda muita gente... E a MANADA não está para se chatear!

    Abraços

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Voz,

      Sempre preconizei:

      1- Uma taxa sobre as transacções financeiras, a maioria das quais à custa de pura especulação,

      2- Eliminação , pura e simples, da chamada dívida especulativa,

      3- Nacionalização dos grandes bancos ou participação estatal do capital maioritário,

      4- Como muitos defendem: recomeçar a zero o sistema monetário internacional, com novas regras.


      Como vez, estou plenamente de acordo contigo. Isto para não falar no sistema eleitoral, com o fim da lei de Hunter nas eleições e a criação de uma democracia verdadeiramente participativa.

      Um grande abraço

      Eliminar
  5. Olá Dr. Octopus, Voz e Rogério,

    Vou aqui deixar o que fui encontrar num link do post do Voz:

    "O Bispo das Forças Armadas confessou à TSF estar «profundamente chocado» com os agradecimentos de Pedro Passos Coelho à paciência dos portugueses. D. Januário Torgal Ferreira disse ter ficado com vontade de pedir ao povo para sair à rua para fazer a democracia.

    D. Januário Torgal Ferreira lamentou que as ações e as palavras do atual Governo façam recordar outros tempos de «má memória».

    Em declarações à TSF, o Bispo das Forças Armadas confessou estar «profundamente chocado» com os agradecimentos de Pedro Passos Coelho à paciência dos portugueses, fustigados pela austeridade.

    O Bispo das Forças Armadas disse ainda que ficou com vontade de apelar ao povo para que saia à rua para fazer a democracia, perante um Governo que, na sua opinião, fala do povo português como um «povo amestrado» que «devia estar no Jardim Zoológico».

    Ao que isto chegou!
    Espectáculo! Porque raio não nasci eu noutro país, hein?

    Como costumo dizer: tolo é quem muito come, mas mais tolo é quem lho dá!

    Um beijo meus amigos.

    p.s. estão cada vez mais difíceis as palavras de verificação, pouco falta para desistir de comentar. Agora já só à 3ª ou 4ª tentativa.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu também já dei o toque... (outra coisa deveras irritante é a treta das letras de validação!)... mas parece que não vamos lá!

      Eliminar
    2. Fada,

      Tive conhecimento dos comentários do D. Januário Torgal Ferreira, atravez di jornal "i". Como sempre muito certeiras.

      Eliminar
    3. Pois eu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velhote(88anos),
      digo que esta Eminência simboliza a Aliança da Cruz e da Espada a qual foi o sustentáculo da Ditadura clerical-fascista do Estado Novo.O Bispo usa a típica demagogia populista da biblico-judaico-cristã Religião.

      Eliminar
  6. Voz,

    Que é isso das letras de validação?

    ResponderEliminar
  7. «Os salários reais téem diminuído e a produtividade tem aumentado».Pois eu,um simples operário emigrante na Holanda desde 1964 e já velhote(88anos)direi que em Portugal esta situação é muitíssimo pior do que aqui na Holanda
    e eu confesso que admiro as técnicas de automatização,mas elas implicam desemprêgo e super produção que afinal não tem mercado porque o poder de compra diminuiu com o desemprêgo.É um círculo vicioso.O Patronato quer que os trabalhadores trabalhem até aos 70 ou até cair,porque dizem êles que dentro em pouco,as Caixas de Pensões de velhice não terão dimnheiro.
    Então se os Políticos que governam apelam para que haja coesão social,porque é que se permite que haja galifões a ganhar escandalosos ordenadões e os trabalhadores sejam forçados a viver com pensões ou salários mínimos que mal chega para sobreviver?!E isto é muitíssimo mais grave em Portugal do que aqui na Holanda.Então eu diria que os Patrões,agora com muito mais produção e com muito menos pessoal,deviam,por cada trabalhador dispensado,descontar para as Caixas de Pensões,o mesmo que êle descontava quando trabalhava.Mas eu sei que esta minha ideia própria dum idiota,só pderia ser real num Regime Socialista,mas não o Socialismo da Social Democracia porque esta apoia até mesmo o Capitalismo Liberal que presentemente governa a União Europeia.Para rematar o meu desabafo,direi
    Com populismo e demagogia/muita mentira,verdade parece/mas em liberdade e democracia/o Povo tem o Governo que merece.

    ResponderEliminar
  8. Esse AB devia ter vergonha na cara de se andar a passear em Lisboa de Ferrari e apregoar para os outros uma medida dessas!
    Eu não tenho inveja dele nem de ninguém, simplesmente não tolero hipócritas como esse sujeito!
    Elementos como esse e outros membros do governo são dispensáveis aos portugueses.

    ResponderEliminar
  9. Olá Octopus

    eheheheheheh

    É isto

    E nem imaginas os nervos que isto provoca! E nervos não são bons para a saúde!

    ResponderEliminar
  10. Caro Octopus, gostaria de perceber de onde tirou tais ilações e correlações que escreve.
    Da forma como entende o seu mundo, quase dá a sensação que domina a macroeconomia e trata-a de ombro a ombro. Pena ter erros crassos de avaliação, quase que diria que o que escreve é a doutrina do povo e mistura alhos com bugalhos na mesma salada. Não tente entender aquilo que não domina para não sair salgalhadas.
    Nem tudo o que lê nos jornais e se apregoa nas notícias é verdade.

    ResponderEliminar