quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Papandreou: suicídiu ou assassinato político?

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História de uma morte anunciada:


- Georges Paoandreou surpreende os seus parceiros europeus e o seu próprio partido anunciando que o povo grego iria fazer um referendo sobre o acordo da semana anterior: salvamento da Grécia, redução da dívida e condição da ajuda financeira.


- Georges Papandreou é "convocado" a Cannes por Angela Merkel e Nicolas Sarkozy e refere pela primeira vez que uma das questões do referendo será saber se os gregos desejam permanecer na zona euro. Numa conferência comum, Merkel e Sarkozy evocam a possibilidade da Grécia deixar o euro.


- Georges Papandreou abandona a ideia de referendo, fala agora de um voto de confiança do parlamento grego. Logo depois anuncia a sua demissão e a criação de um governo de união nacional.



Suicídio ou crime?


A questão que se coloca é saber se Georges Papandreou terá cometido um suicídio político para salvar o seu partido e terá ido demasiado longe ao provocar os donos da União Europeia e terá sido vítima de um assassinato político.


Por vezes, algumas das marionetes colocadas no poder julgam ter a capacidade para mudar e melhorar pequenas coisas que estão mal. Então, emitem opinião, ideais de transformações benéficas, mais justas. Quando isso acontece, são imediatamente eliminadas e substituídas por outras mais dóceis, como aconteceu com Dominique Strauss-Kahn.


Georges Papandreou é o último representante de uma dinastia política, tanto o seu pai, Andreas, como o seu avô, Georges, foram primeiro ministro. No entanto, "jogava" na mesma equipe das grandes elites financeiras e como tal era também membro do clube de Bilderberg. Tinha conduzido a Grécia à ruína como estabelecido nos planos da banca mundial. Sendo assim, o seu "trabalho" já estava concluido, podendo agora ser continuado por outro, para dar a sensação de mudança ao povo grego.


Nascido nos Estados Unidos, diplomado nesse país, no London School of Economics e em Havard, tinha tudo para se ter tornado mais tarde primeiro ministro grego e por em prática as medidas drásticas impostas pela União Europeia, BCE e FMI.


Que lhe terá passado pela cabeça de pedir ao povo grego de se pronunciar sobre o que está a acontecer? Não seria isso um precedente perigo para que outros povos de outros países europeus quisessem fazer o mesmo? Mesmo que se os gregos votassem "mal" era sempre possível fazer mais tarde uma nova votação, até que votassem "bem", como aconteceu com a Irlanda.


Agora sim, está tudo "normal", e os jornais já podem noticiar: 
"Sob pressão dos líderes europeus, os dois maiores partidos gregos chegaram a um acordo nesta quinta-feira sobre quem encabeçará o novo governo de coalizão entre governistas e oposição. Confirmando a preferência, o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Lucas Papademos, foi anunciado como primeiro-ministro interino da Grécia, após a renúncia de George Papandreou".



Papademos: a mudança na continuidade...


Papademos estudou física no prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts nos Estados Unidos durante a década de 70. Posteriormente, fez mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em Economia.

Papademos esteve diretamente envolvido com a adesão da Grécia à zona do euro, em 2001, e com a transição do dracma para o euro quando era presidente do Banco Central da Grécia, em meados da década de 90.  O economista conquistou grande notoriedade internacional após assumir a vice-presidência do Banco Central Europeu em 2002. Em 2010, deixou o cargo para atuar como conselheiro de Papandreou, embora ainda lecione em universidades americanas.


Papademos  pertence à Comissão Trilateral




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1 comentário:

  1. Ameaça de morte (física)... Foi o que aconteceu a Papandreou. O Estulin denuncia-o nesta entrevista, a partir dos 26m.
    Eu fiquei parvo com o anúncio do referendo. Pois lembrei-me logo dos outros referendos que saíram gorados na Europa. E com a grande insatisfação na Grécia...
    Suponho que fosse uma tentativa de legitimar a "austeridade". Fazendo todos os imbecis que votam nos partidos controlados pela NOM, votar também favoravelmente a estas medidas.

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