quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Atentados, scanners e negócio do medo.

Nesta época do ano, em que milhões de pessoas se deslocam no mundo, este atentado aéreo falhado nos Estados Unidos, vem mesmo a calhar.


Por "coincidência", é nesta altura que surgem sempre atentados que obrigam a mais medidas de segurança e à imposição de novas limitações às liberdades individuais.

Desta vez, as grandes empresas que fabricam os scanner de controle nos aeroportos vão poder finalmente ultrapassar as reticencias de muitos paises e realizar negócios de milhões...




Estes scanners, semelhantes a cabines, permitem ver o que um passageiro esconde por baixo da roupa, incluindo o que não é detectado pelos detectores habituais.

Estes já se encontram em funcionamento em 19 aeroportos americanos. Com 450 aeroportos e cerca de 2 000 pontos de controle, só nos Estados Unidos, isto dá uma ideia do apetecível mercado.

Um número de fabricantes limitado.

O mercado mundial de scanners corporais pertence a quatro empresas, três amaricanas, a L-3 Communications, a ASEI e a Rapiscan, e uma britânica, a SmithsDetection. Estas empresas viram as suas acções em bolsa subirem em poucos dias, 3% para a L-3 Communication, 10,5% para a ASEI e 26% para a Rapiscan.

Um scanner corporal custa cerca de 500 000 Dólares e um scanner para visualização das malas registadas, tem um custo de 1 000 000 de Dólares.

Algumas empresas como a ICX Technologie, vão mais longe e já pensam em propor detectores de substâncias químicas, biológicas e até nucleares.

Scanners polémicos.

Os scanners corporais emitem uma onda electromagnética sobre o passageiro e criam uma imagem virtual em três dimensões, recebida no ecran de um computador onde aparecem todos os objectos transportados pela pessoa como canetas, cintos, telemóveis, ... Mas também a imagem corporal desse passageiro aperece com permenores do seu corpo de um realismo tal, que este parece estar completamente nu.

A revelação da nudez dos passageiros perante o empregado que se encontra frente ao computador, coloca um grande problema perante a privacidade do mesmo, apesar de nos dizerem que o aparelho não regista as imagens, nem as pode difundir.

Além disso, certos países possuem uma legislação que não permite submeter um indivíduo a qualquer nível de radiação sem o seu consentimento. Esta história das radiações é importante, porque apesar dos fabricantes dizerem ser a dose de radiação extremamente baixa (fala-se 10 000 vezes mais fraca do que uma mamografia), muitos médicos sugerem ser um perigo potencial, em particular para as grávidas.

Para além das controvércias, este atentado falhado irá, não tenhamos dúvidas, conduzir à implementação de scanners em todos os aeroportos, sendo uma mina de ouro para os seus fabricantes. Os negócios do medo portam-se bem...

http://www.lexpansion.com/economie/actualite-entreprise/attentat-manque-un-aubaine-pour-les-entreprises-de-surete-aerienne_220887.html

http://www.dailymail.co.uk/news/article-1219974/How-airport-passengers-naked-photos-taken-human-X-ray-machine.html

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