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quinta-feira, 28 de abril de 2016

A indústria farmacêutica está a bloquear medicamentos que curam, porque não são rentáveis

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O Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts denuncia a forma como funcionam as grandes Farmacêuticas dentro do sistema capitalista, preferindo os benefícios económicos à Saúde, e detendo o progresso científico na cura de doenças, porque a cura não é tão rentável quanto a cronicidade.





Há poucos dias, foi revelado que as grandes empresas Farmacêuticas dos EUA gastam centenas de milhões de dólares por ano em pagamentos a médicos que promovam os seus medicamentos. 


Para complementar, reproduzimos esta entrevista com o Prémio Nobel Richard J. Roberts, que diz que os medicamentos que curam não são rentáveis e, portanto, não são desenvolvidos por empresas.


 Farmacêuticas que, em troca, desenvolvem medicamentos cronificadores que sejam consumidos de forma serializada. Isto, diz Roberts, faz também com que alguns medicamentos que poderiam curar uma doença não sejam investigados. 


E pergunta-se até que ponto é válido e ético que a indústria da Saúde se reja pelos mesmos valores e princípios que o mercado capitalista, que chega a assemelhar-se ao da máfia.











A investigação pode ser planeada?

Se eu fosse Ministro da Saúde ou o responsável pela Ciência e Tecnologia, iria procurar pessoas entusiastas com projectos interessantes; dar-lhes-ia dinheiro para que não tivessem de fazer outra coisa que não fosse investigar e deixá-los-ia trabalhar dez anos para que nos pudessem surpreender.


Parece uma boa política.

Acredita-se que, para ir muito longe, temos de apoiar a pesquisa básica, mas se quisermos resultados mais imediatos e lucrativos, devemos apostar na aplicada …


E não é assim?

Muitas vezes as descobertas mais rentáveis foram feitas a partir de perguntas muito básicas. Assim nasceu a gigantesca e bilionária indústria de biotecnologia dos EUA, para a qual eu trabalho.


Como nasceu?

A biotecnologia surgiu quando pessoas apaixonadas começaram a perguntar-se se poderiam clonar genes e começaram a estudá-los e a tentar purificá-los.


Uma aventura.

Sim, mas ninguém esperava ficar rico com essas questões. Foi difícil conseguir financiamento para investigar as respostas, até que Nixon lançou a guerra contra o cancro em 1971.


Foi cientificamente produtivo?

Permitiu, com uma enorme quantidade de fundos públicos, muita investigação, como a minha, que não trabalha directamente contra o cancro, mas que foi útil para compreender os mecanismos que permitem a vida.


O que descobriu?

Eu e o Phillip Allen Sharp fomos recompensados pela descoberta de intrões no DNAeucariótico e o mecanismo de gen splicing (manipulação genética).


Para que serviu?

Essa descoberta ajudou a entender como funciona o DNA e, no entanto, tem apenas uma relação indirecta com o cancro.


Que modelo de investigação lhe parece mais eficaz, o norte-americano ou o europeu?

É óbvio que o dos EUA, em que o capital privado é activo, é muito mais eficiente. Tomemos por exemplo o progresso espectacular da indústria informática, em que o dinheiro privado financia a investigação básica e aplicada. Mas quanto à indústria de Saúde… Eu tenho as minhas reservas.


Entendo.

A investigação sobre a Saúde humana não pode depender apenas da sua rentabilidade. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom para as pessoas.


Explique.
 
A indústria farmacêutica quer servir os mercados de capitais …


Como qualquer outra indústria.

É que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa Saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos.


Mas se eles são rentáveis investigarão melhor.

Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos.


Por exemplo…

Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença …


E por que pararam de investigar?

Porque as empresas Farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curar as pessoas como em sacar-lhes dinheiro e, por isso, a investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não curam totalmente, mas que tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que desaparece quando se deixa de tomar a medicação.


É uma acusação grave.

Mas é habitual que as Farmacêuticas estejam interessadas em linhas de investigação não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos cronificadores muito mais rentáveis que os que curam de uma vez por todas. E não tem de fazer mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica para comprovar o que eu digo.


Há dividendos que matam.

É por isso que lhe dizia que a Saúde não pode ser um mercado nem pode ser vista apenas como um meio para ganhar dinheiro. E, por isso, acho que o modelo europeu misto de capitais públicos e privados dificulta esse tipo de abusos.


Um exemplo de tais abusos?

Deixou de se investigar antibióticos por serem demasiado eficazes e curarem completamente. Como não se têm desenvolvido novos antibióticos, os microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, que foi derrotada na minha infância, está a surgir novamente e, no ano passado, matou um milhão de pessoas.


Não fala sobre o Terceiro Mundo?

Esse é outro capítulo triste: quase não se investigam as doenças do Terceiro Mundo, porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou a falar sobre o nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura tudo não é rentável e, portanto, não é investigado.


Os políticos não intervêm?

Não tenho ilusões: no nosso sistema, os políticos são meros funcionários dos grandes capitais, que investem o que for preciso para que os seus boys sejam eleitos e, se não forem, compram os eleitos.


Há de tudo.

Ao capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e eu sei do que falo, dependem descaradamente dessas multinacionais Farmacêuticas que financiam as campanhas deles. O resto são palavras…












Fonte : paradigmatrix





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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Zika: como sobreviver a mais uma pandemia

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Para sobreviver ao vírus Zika a primeira coisa a fazer é não entrar em pânico com a propaganda mediática e tentar ver, mais uma vez, o que está por trás desta nova pandemia global.





OMS picada pelo vírus Zika...

Nos últimos anos, as autoridades sanitárias internacionais têm sido proliferas em anunciar pandemias, basta relembrar a gripe das aves. Um dos objectivos escondidos é de criar o pânico e propor soluções que passam por restrições às liberdades individuais, como a liberdade de circulação, novos fármacos ou vacinas.


A OMS parece ter sido picada, desta vez, pelo mosquito transmissor do Zika. Cada vez que dispara o alarme da OMS, a sociedade inteira, e os seus hábitos quotidianos, ficam sob suspeita e os higienistas do costume aproveitam para impor as suas regras e os seus produtos.




Uma doença banal.

Não se percebe muito bem, mais uma vez, a não serem interesses ocultos, que seja declarada uma perigosa pandemia global neste caso, quando o vírus Zika apenas provoca uma doença banal, semelhante a um síndrome gripal, não mortal.


3/4 dos infectados pelo vírus Zika são assintomaticos, o 1/4 restantes apresentam banais sintomas gripais que desaparecem em dois ou sete dias sem deixar qualquer sequela.


A única preocupação será então, e apenas, o risco de microcefalia nos recém-nascidos de mães portadoras da doença, mas essa relação não está totalmente esclarecida.


Dos 3448 casos de microcefalia referenciados, no Brasil, apenas foram confirmados 270 e unicamente 6 das mães eram portadoras do vírus Zika. Relação de causa-efeito? Só nesse mesmo ano, nos Estados Unidos, foram diagnosticados 25 000 casos, sem que isso tenha suscitado qualquer alarmismo.


O Brasil é o maior consumidor mundial de pesticidas, ora existe uma relação estabelecida entre os pesticidas e a microcefalia.









A caminho de uma sociedade asséptica.

Vivemos numa sociedade em que de tanto minimizar os riscos, acaba por promover o risco de se tornar esterilizada e demasiado asséptica, e em que a menor infecção promove uma doença. A falta de contacto com as bactérias e vírus habituais do meio ambiente, faz que qualquer ser, higienizado pela sociedade, se torne num alvo potencial de doenças.


Se acrescentar-mos a isso a higienização mental promovida pelos media ao serviço do lobby farmacêutico, temos a perfeita combinação de humanos debilitados, apáticos e receptivos a qualquer pânico vindo de instituições não eleitas e subvencionadas pela indústria farmacêutica, que as sustêm, como no caso da OMS.


Temos de encontrar um sistema em que as pessoas sejam informadas, por organizações independentes, sem terem necessariamente de entrar  em pânico. É um pouco como a meteorologia, que de início, de tanto informar as pessoas com sucessivos alertas vermelho, que não se  concretizavam, banalizaram o que deveria ser um alerta.


No caso das pandemias, de tantos alertas falsos, promovidos por interesses económicos, vão-se tornando banais, diminuem o seu impacto, até que um dia uma verdadeira pandemia não será levada a sério.


Voltando ao caso da pandemia do vírus Zika, temos de aprender a não ter medo de mais uma pandemia que, poderá ter sido construída e planear para beneficiar objectivos políticos, geo-estratégicos e seguramente económicos.










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domingo, 31 de janeiro de 2016

Zika: mais um teste genético mundial?

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A doença é semelhante à do dengue ou da febre amarela. Não é transmissível de pessoa para pessoa. Habitualmente não é perigoso, apenas provoca um síndrome febril semelhante a uma gripe. A grande maioria dos casos curam por si só. 

Contudo, pode provocar síndromes neurológicos, reversíveis (síndrome de Guillain-Barré) mas frequentemente causa uma malformação congénita nos recém-nascidos: a microcefalia.





A microcefalia é uma doença em que o recém-nascido tem uma cabeça de tamanho inferior à média, o que conduz a um atraso mental.

A OMS fala de de uma propagação epidémica "explosiva" com um nível de alerte "extremamente elevado".

Desde a primavera de 2015 que o Brasil conhece a maior epidemia da sua história: mais de um milhão e meio de pessoas atingidas. Desde então afecta mais de 10 países da América do Sul.






Mosquito electrónico



O vírus Zika foi descoberto em abril de 1947 em África, no Uganda, onde causava apenas esporádicas infeções benignas.

O vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mas também pode ser transmitido pelo Aedes albopictus.

Este vírus, na origem de microcefalia na América do Sul perece muito semelhante, após analise do seu genoma, ao que circulava no Pacífico em 2013 e 2014.



O estranho é que este vírus esteja actualmente localizado na América do Sul, sendo África actualmente isenta e outras zonas tropicais como o Sul este asiático também.




O vírus Zika poderá estar ligado à presença de mosquitos geneticamente modificados desenvolvidos no Brasil pela empresa britânica de biotecnologia Oxitec. Desde 2012 que desenvolve insectos, nomeadamente mosquitos, para combater outros vírus como a febre amarela ou o dengue.


Apesar do vírus Zika não ser uma ameaça para a Rússia, não dispondo das condições naturais ao seu desenvolvimento, o presidente Putin pediu, esta semana, pediu que os investigadores russo desenvolvessem uma vacina contra este vírus, até março deste ano.


Porque é que a Rússia, país não em risco, se dispõe a desenvolver uma tal vacina?
 

As zonas iniciais de Zika são as zonas onde foram libertados esses mosquitos geneticamente modificados. Coincidência?



Zonas em que a empresa britânica Oxitec largou os seus mosquitos geneticamente modificados no Brasil.



Estamos perante uma curiosa epidemia propagada por um mosquito, mosquitos esses geneticamente modificados desenvolvidos por grandes multinacionais americanas e britânicas que têm vindo a apostar neste meio de disseminação de potenciais vectores de doenças, apesar de oficialmente os estudos sejam oficialmente para combater outras doenças.


Não deixa de ser estranho o empenho da Rússia de querer desenvolver uma vacina quando o país não poderá, por enquanto, ser alvo deste mosquito. E coincidência, a zona atingida ser uma zona experimental de laboratórios britânicos de mosquitos geneticamente modificados.


Por ora, estes mosquitos estão limitados a zonas de clima tropical, por ora, só desencadeiam uma febricula, por ora, só atingem as mulheres grávidas e os seus filhos...








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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Estatinas aumentam o risco de diabetes

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Em Portugal são anualmente vendidas 10 000 000 de embalagens de estatinas!


As estatinas (sinvastatina, rosuvastatina, atorvastatina, provastatina, pitavastatina, fluvastatina e lovastatina) são medicamentos utilizados para baixar o nível do colesterol.


Se é verdade que nas pessoas com risco cardio-vascular estas poderão ser úteis na prevenção de doenças cardio-vasculares, nas pessoas não possuidoras de qualquer risco, a sua toma, ao que tudo indica, não têm qualquer vantagem em termos de diminuição da mortalidade, mas poderão aumentar a morbilidade.




Um estudo publicado no dia 9 de dezembro de 2013, pela revista British Medical Journal, chegou à conclusão que os doentes tratados com estatinas tinha revelado que 1 em cada 12 desses doentes tinha tido o aparecimento de diabetes.


Em novembro deste ano, um novo estudo publicado no Journal of General Internal Medicine confirma que, após seguirem durante 7 anos 26 000 pacientes, 31% dos doentes medicados com estatinas vinham a ter diabetes, contra 20% dos doentes não medicados com estatinas.


Em fevereiro de 2010, The Lancet publicava o resultado da analise de 13 estudos clínicos que chegava à mesma conclusão. 


Um ano mais tarde, em abril 2011, o American College of Cardilogy publicava a revisão de 3 estudos clínicos que verificava o aumento da diabetes de 10 a 30% com doses elevadas de atorvastatina.


Em 2014, um estudo publicado na revista Clinical Infectious Diseases, estudando um universo de cerca de 500 000 indivíduos durante 13 anos, tinha chegado à conclusão que o uso de estatinas aumenta o risco de vir a ter Zona, nos pacientes com mais de 66 anos de idade.












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domingo, 10 de maio de 2015

O negócio das próteses

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Imagine um médico que faz uma cirurgia em que coloca uma prótese sem necessidade, só para ganhar uma comissão sobre o preço desse implante. Ficção? Infelizmente pode tratar-se de uma realidade.




O mercado das próteses movimenta anualmente milhões de euros em todo o mundo. Em ortopedia, elas têm várias finalidades, desde simples parafusos para corrigir uma fractura, até próteses mais complexas, como a prótese total da anca.

Esta última cirurgia ronda em média 10 000 euros.
 


Durante um congresso internacional de ortopedia, onde os fabricantes de próteses expõem os seus produtos, uma televisão brasileira investigou porque é que alguns fabricantes conquistam a confiança dos médicos. Esta confiança não assenta só na qualidade do produto, mas sim nas vantagens monetárias que esses médico podem receber.
 


Este dialogo passa-se no Brasil, mas podia passar-se (e passa-se igualmente) em Portugal:

- Um fabricante consegue chegar aos 20%, diz um representante de fabricante de próteses.

- 20%? questiona o repórter.

- Sim, é a média que está aí no mercado.

- Mas do que se trata esses 20%?

- É o valor que irá receber o médico que colocar uma das nossas próteses, e o pagamento é em dinheiro vivo!



Alguns médicos que praticam este tipo de esquema chegam a receber no fim do mês o equivalente ao seu salário, não admira que seja tentador. Este tipo de cirurgias muitas vezes são praticadas sem que sejam verdadeiramente necessárias e muitas vezes a escolha desses próteses recaí, não na qualidade, mas sim nas mais caras onde obtêm um maior lucro.



A oferta de presentes e comissões a médicos é uma prática comum e os vários inquérito nunca dão resultado, porque são difíceis de provar e porque existe um lobby médico muito potente.
 
 



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A Cannabis poderá ser útil no tratamento de um grande número de cancros

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A cannabis, também conhecida por vários nomes populares, é composta por mais de 400 substâncias, das quais o tetraidrocanabinol (THC), o canabidiol (CBD) e o canabinol (CBN).




A planta é usada há mais de 5 000 anos, em rituais religiosos e espirituais, mas também como medicamente para tratar várias doenças. Actualmente o seu uso é ilegal na grande maioria dos países, o seu trafico destina-se ao consumo com fins recreativos dado o seu efeito psicotrópico.




Até 1937, era utilizada nos Estados Unidos como tratamento para várias doenças, altura em que foi proibida.


Um estudo tornado público, por ter sido accionada a lei "Freedom of Information Request", isto é a obrigatoriedade de tornar público um documento em nome da liberdade de informação, revela os resultados de um estudo encomendado em 1972 sobre os efeitos do cannabis.


Na realidade, esse estudo pretendia convencer toda a gente que fumar cannabis tinha os mesmos perigos que fumar cigarros. Durante 2 anos, a universidade de Medicina de Virginie realizou um estudo sobre os efeitos do THC sobre o corpo humano.


Descobriu-se que administrado sob a sua forma mais concentrada, por exemplo óleo de cannabis, o THC atacava todas as células defeituosas do organismo e regeneravas a sãs. Contrariamente à quimioterapia, que mata um em cada cinco doentes tratados, o THC actuava na regressão de um grande número de cancros e não tinha efeitos colaterais.


Em 1976, pôs-se definitivamente fim ao programa de investigação universitário e a responsabilidade das investigações foi entregue à indústria farmacêutica que, claro, não conseguiu desenvolver qualquer medicamento à base de cannabis com benefícios para a saúde.


Estudos in-vitro e in-vivo mostram que os canabinóides atrasam o crescimento de um grande número de cancros e reduzem o tamanho de um número significativo. Este efeito anti-tumeral deve-se em parte à sua capacidade em induzir nas células cancerosas a sua própria morte (apoptose).


Apesar da grande relutância em organizar estudos duplamente cegos em seres humanos, os poucos estudos que se conhecem indicam que o uso de cannabis no tratamento de vários cancros poderia ter efeitos bastante benéficos.









Cancro do cérebro

Os canabinóides inibem a proliferação das células cancerosas no glioblatoma multiforme recorrente. essa inibição verifica-se in-vitro, mas também quando foi administrada a 9 doente verificou-se o mesmo efeito.
British Journal of Cancer (2006)


Este estudo mostra igualmente uma inibição e redução dos gliomas (cancro bastante maligno do cérebro) nos ratos, sem efeitos colaterais psicotópicos.
Cancer Res. (2001)


Um estudo em ratos evidencia que os canabinóides têm um efeito protector contra a degenerescencia cerebral.
The Journal of Neuroscience (2001)
http://www.jneurosci.org/content/21/17/6475.abstract



Cancro da mama

Nos casos mais agressivos de cancro da mama, houve uma redução do tamanho do tumor e uma diminuição significativa do risco de metatases (em particular pulmonares) num estudos em ratos.
Breast Cancer Res Treat. (2012)  


O canabidiol, canabinóide de baixa toxicidade, quando administrado, tornou o cancro da mama significativamente menos invasivo en-vitro e menos metastásico in-vivo.
Mol. Cancer Ther. (2007)


Os autores deste artigo sugerem que o uso de canabinóides pode ser útil no tratamento da maioria dos cancros da mama.
Cancer Treat Rev. (2012)



Cancro do pulmão

Os canabinóides promovem uma diminuição da capacidade de crescimento das células cancerosas em certos tipos de cancro do pulmão.
FASEB J. (2012)


Os canabinóides reduziram, no animal de laboratório, a proliferação e vascularização dos cancros do pulmão de não-pequenas células (80% dos cancros do pulmão) e aumenta a apoptose (morte celular programada) das células cancerígenas.
Cancer Prev Res (2011)



Cancro do cólon

Os canabinóides reduzem o tamanho dos cancros do cólon, in-vitro, e o risco de metatases in-vivo.
National Cancer Institut



Cancro do pâncreas

Estudos revelam que os canabinóides promovem a redução do cancro do pâncreas através da apoptos das células tumorais, sem afectar as células normais.
The Journal of Cancer Research (2006)
J. Mol. Med. (2012)



Cancro da próstata 

Alguns componentes dos canabinóides são úteis na regressão dos cancros da próstata recorrentes e invasivos.
Prostate (2003)
 

A próstata possui receptores canabinóides cuja a estimulação produz efeitos anti-androgénicos e apoptose das células malignas. Os autores concluem que deveriam ser levadas a cabo estudos duplamente cegos em seres humanos.
Indian J Urol. (2012)


Os canabinóides reduzem o tamanho do cancro da próstata por apoptose.
Br. J. Pharmacol. (2013)



Cancro dos ovários

Certos tipos de tumores dos ovários poderão regredir por inibição do crescimento das células cancerosas.



Cancro do sangue

As células de certos linfomas e leucemias são induzida à apoptose pelos canabinóides.
Blood (2002)






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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Ebola: mais uma pandemia lucrativa

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O Ebola é uma "febre hemorrágica", doença grave transmitida por um vírus e traduz-se por um quadro febril acompanhado de hemorragias e imunodepressão. A taxa de mortalidade é elevada, podendo atingir os 90% e actualmente não existe qualquer tratamento. A transmissão é feita pelo contacto com pessoas infectadas e não por via aérea.




Um tratamento milagroso.

Após ter sido hospitalizado em Atlanta, nos Estados Unidos, o médico Kent Brantly, saí desse hospital passado poucas semanas, como um herói, curado e rodeado de um aparato mediático impressionante.

Declara: "Deus salvou-me a vida". Após agradecer à equipa médica e às milhares de pessoas que em todo o mundo rezaram para a sua cura, acrescenta: "Por favor, não deixem de rezar para os povos de África Ocidental".

Para além das rezas, Kent Brantly, terá recebido, no hospital, um tratamento experimental e passado poucas horas o seu estado clínico melhorou tanto que até foi visto a deambular no seu quarto.

Este "milagre" levanta algumas dúvidas: será que este médico estava realmente infectado ou tudo não passa de um show mediático, dada a cura inesperada e tão célere?

Será mais uma epidemia mundial com contornos lucrativos por parte do lobby farmacêutico?




Chegou a vez dos...morcegos.

O Ebola é uma zoonose (doença transmitida do animal ao homem), outrora raras estão a tornar "moda", já tivemos as vacas, os porcos, as aves e agora fala-se que inicialmente o Ebola poderá ter tido origem nos morcegos-da-fruta que o terá transmitido aos macacos e aos porcos.




O lobby farmacêutica sempre à espreita...

O novo medicamento, chamado Zmapp, foi desenvolvido pela companhia de biotecnologia Mapp Biopharmaceutical Inc de São Diego, na Califórnia. Esta empresa trabalha em colaboração com a empresa canadiana de biotecnologia Defyrus.

Este medicamento terá sido descoberto durante um programa financiado pelo Instituto Nacional de Saúde e a Agência de Redução das Ameaças de Defesa, ligada ao ministério da Defesa americano e especializado na luta contra ameaças químicas ou biológicas.

A empresa canadiana, Tekmira Pharmaceuticals, também tem um contrato de 140 milhões de dólares com o departamento de Defesa americano para tentar encontrar um tratamento contra o Ebola, o seu protótipo já se encontra em fase de ensaios clínicos desde janeiro de 2014.

No dia seguinte ao repatriamento de Kent Brantly, a cotação da Tekmira subia 33% na bolsa de Nova Iorque. No dia 09 julho deste ano, a empresa Tekmira recebeu 1,5 milhões de dólares da Monsanto, teoricamente para a investigação de produtos na área da agricultura. Esse valor poderá alcançar um total de 86,2 milhões em função do sucesso do projecto.

Entretanto, a empresa japonesa Toyama Chemical, diz ter homologado em março um medicamento contra a gripe, composto por três anticorpos monoclonais, chamado de favipiravir e comercializado com o nome de Avigan, que poderá tratar o Ebola.

A corrida aos milhões está lançada.




A malária mata mais de 3 milhões de pessoas por ano no mundo.
A tuberculose mata mais de 2 milhões de pessoas por ano no mundo.
As doenças diarreicas matam mais de 2,5 milhões de pessoas por ano no mundo.
A SIDA mata mais de 3 milhões de pessoas no mundo.
A poluição do ar mata mais de 7 milhões de pessoas por ano no mundo.
A doenças ligadas às condições de trabalho matam mais de 2 milhões de pessoas por ano no mundo.
A fome mata mais de 3 milhões de pessoas por ano no mundo.
Este surto de Ebola matou mais de 2000 pessoas no mundo.







http://nouvelles3.com/nouvelles/ebola-le-fabricant-du-serum-grimpe-en-bourse

http://conscience-du-peuple.blogspot.pt/2014/08/ebola-une-arme-de-distraction-massive.html

http://www.nowtheendbegins.com/blog/?p=24084

http://www.abovetopsecret.com/forum/thread1025019/pg1


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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

A corrupção passou dos médicos para as farmácias...

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Com a prescrição de medicamentos por DCI (Denominação Comum Internacional), isto é pelo nome da molécula em vez da marca, a corrupção em Portugal passou dos médicos para as farmácias.





Há vinte anos atrás, os laboratórios farmacêuticos aliciavam os médicos com os seus medicamentos de marca, através da sua promoção e respectiva prescrição, em troca de bens materiais que iam de uma simples caneta até electrodomesticos e viagem de sonho.


Não era raro os médicos serem visitados por uma dezena de delegados de informação médica antes da suas consultas com essas aliciantes propostas em troca de umas dezenas de prescrições.


O problema não seria grave se alguns desses médicos se limitassem a prescrever uma determinada marca para uma mesma patologia em detrimento de outra.


O problema é que para atingir um certo numero de embalagens, muitos não hesitavam em prescrever um medicamento inútil para a doença do doente (com os seus devidos efeitos secundários) quando éticamente não o deveriam fazer.


Este tipo de corrupção existiu, todos sabemos, apesar de pelo peso do lobby médico existente, raramente tenha sido comprovado.


Nos últimos anos foi incrementada a prescrição por DCI com inegáveis benefícios para os doentes, pela baixa do preço dos medicamentos, mas também para as farmácias.


Com efeito, agora são as farmácias que decidem, em grande parte, qual o genérico que vendem, e esse facto faz com que tenham vantagens financeiras em vender um determinado genérico em detrimento de outro. 


Um dos problemas dos numerosos genéricos colocados no mercado é que muito têm uma origem duvidosa, apesar da Infarmed nos dizer que são seguros e bioequivalentes em relação aos medicamentos de marca. 


Tudo se passa nas farmácias como na concorrência entre a Coca-cola e a Pepsi-Cola nos restaurantes: se vender Coca-Cola (em vez da concorrente) terá 3 de borla por cada 10 vendidas. Então o restaurante, tal como a farmácia, escolhe a marca que lhes é mais rentável.


É tão simples quanto isto, a corrupção transferiu-se dos médicos para as farmácias. Agora, cada vez mais delegados de informação médica "dedicam-se" às farmácias em vez de visitar os médicos.






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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Estatinas: do milagre ao pesadelo

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As estatinas têm sido aclamadas como um medicamento milagroso para a prevenção das doenças cardiovasculares. O objectivo principal hoje em dia é baixar o colesterol a todo o custo.


O colesterol, muito à custa de estudos patrocinados pelos laboratórios farmacêuticos que produzem as estatinas, tornou-se assim o inimigo público número um.


Milhões de pessoas tomam assim estatinas, muitas vezes prescritas levianamente, esquecendo os seus efeitos secundários.





O risco de vir a ter cataratas é 10% a 20% mais elevado nas pessoas que tomam estatinas, em comparação com aquelas que não as tomam.

Num estudo publicado na revista JAMA Ophthalmology, no dia 19 de setembro deste ano, os autores fizeram um estudo retrospectivo entre 2003 e 2010 em que dividiram os 46 249 doentes em dois grupos: 13 626 tinham tomado estatinas pelo menos durante mais de 90 dias e 32 623 nunca tinham tomado estatinas.

Concluem que o uso de estatinas, sobretudo na prevenção primária, aumenta o risco de cataratas e deve ser muito bem ponderado.





O risco de doenças músculo-esqueléticas é mais elevado nas pessoas que tomam estatinas, em comparação com as que as tomam, e isto em indivíduos com actividade física regular.

O estudo foi realizado para o mesmo período que o estudo anterior e os pacientes divididos em dois grupos: o dos que tomaram pelo menos estatinas durante 90 dias e o dos que nunca tomaram estatinas.

Constataram que em indivíduos fisicamente activos, os que se encontravam medicados com estatinas tinham vindo a sofrer mais frequentemente de artropatias, lesões musculares e dores musculares.





Numa meta-analise proveniente de 135 estudos randomizados e controlados, abrangendo 246 955 doentes, um artigo inglês publicado na revista American Heart Association chega a diversas conclusões:

Apesar dos efeitos secundários não serem muito frequentes com o uso de estatinas, e do seu uso não estar associado a um aumento do risco de cancro, a sua toma regular está associada a um maior risco de vir a desenvolver diabetes.

Quanto às várias estatinas, a sinvastatina e a pravastatina parecem serem mais bem toleradas e mais seguras.





Quanto ao risco do aumento de diabetes provocado pela toma regular de estatinas, a revista Lancet já tinha chamado a atenção para esse facto numa meta-analise publicada em 2010, esse aumento será de  cerca de 9% em relação ao placebo, e isto sobretudo nas pessoas idosas.






Nos doentes que já tenham tido um episódio de hemorragia cerebral, e que não tenham riscos cardíacos, a toma de estatinas reduz a esperança de vida, dado que esses doentes têm um maior risco de recidiva de hemorragia cerebral.

Com efeito, um colesterol LDL baixo aumenta o risco de hemorragia cerebral. Contudo, convém lembrar que a grande maioria de AVC são do tipo isquémico e não hemorrágico.





Todos estes estudos permitem concluir que a opção pela toma de estatinas deverá ser sempre ponderada entre o benefício na prevenção de acidentes coronários e acidentes vasculares cerebrais isquémicos e os possíveis efeitos secundários.


A maioria dos estudos publicados concluí que as estatinas, e em particular a sinvastatina, reduzem em 25% o risco dos acidentes cardiovasculares, contudo, a redução dessa morbilidade não afecta a taxa de mortalidade global de todas as causas juntas.






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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Anticoagulantes: continuar a preferir o Varfine

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Em certas situações de risco de trombose, é utilizado um anticoagulante.


Xarelto (rivaroxabano), Pradaxa (dabigatrano etexilato) e Eliquis (apixabano) são anticoagulantes orais, que apareceram no mercado recentemente com a finalidade de substituir o Varfine (varfarina) e as heparinas, utilizados durante décadas. A vantagem destes novos medicamentos é que não exigem os controles de rotina do INR e seu ajustamento.



Os efeitos secundários são os mesmos: risco de hemorragia, por vezes graves e que podem levar à morte. Foram identificados os seguintes factores de risco com estes novos anticoagulantes orais: insuficiência renal, pessoas idosas, obesidade, e associação com outros medicamentos, nomeadamente aspirina e anti-inflamatórios.



A toma de Varfine obriga ao constrangimento de ter que vigiar regularmente o INR, que deve-se situar entre 2 e 3, devido ao risco hemorrágico.



A toma destes novos anti-coagulantes, não tem esse constrangimento, mas em contra-partida, dada a sua eliminação ser renal, deve-se controlar regularmente a função renal, através da creatinémia, que alterada expõe os doentes ao risco hemorrágico.



O problema é que em caso de hemorragia existe um antídoto para a Varfine, a vitamina K, enquanto que no caso destes novos anticoagulantes orais, não existe qualquer antídoto.



Outro factor a ter em conta, é o preço elevados dos novos anticoagulantes orais, cerca de 10 vezes superior ao Varfine, enquanto que a eficácia é sobreponível e os acidentes hemorrágicos trágicos superior.



Na Alemanha, no ano passado foram referidos 58 mortes devido ao Xarelto e 750 efeitos secundários graves.



O Xarelto desenvolvido em conjunto pelo laboratório americano Johnson & Johnson e o alemão Bayer espera uma venda anual de 2 mil milhões de dólares.



Sem qualquer novo benefício terapêutico, um risco elevado e um custo exorbitante, é preferível continuar a utilizar o Varfine como anticoagulante oral.






http://www.prescrire.org/fr/3/31/48451/0/NewsDetails.aspx

http://www.prescrire.org/fr/3/31/47921/0/NewsDetails.aspx

http://www.cbgnetwork.de/4971.html

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Sindrome autoimune induzido por adjuvantes

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Recentemente, foi reconhecido um novo síndrome: o Síndrome Autoimune Induzido por Adjuvantes, com a sigla inglesa ASIA, este reagrupa actualmente quatro quadros clínicos enigmáticos: siliconose, Síndrome da Guerra do Golfo, miofascite macrofágica e reacções pós-vacinais.





Estas quatro patologias têm muitos pontos em comum, e são resultantes de uma alteração do sistema imunitário, são doenças autoimunes, doenças em que o organismo se auto-destrói.

 

Já sabíamos há muitos anos que certas infecções, certas toxinas e certos medicamentos podiam desencadear alterações do nosso sistema imunitário, recentemente descobriu-se que certos factores ambientais produziam um efeito adjuvante nesse sistema, entre outros, o silicone e o alumínio. Estes adjuvantes desencadeiam uma reacção autoimune no nosso organismo.




Mecanismo dos adjuvantes:


Um adjuvante imunológico é uma substância que aumenta a reacção imunitária a um antigénio. O adjuvante utilizado nas vacinas é preferencialmente o alumínio. Como resposta, o organismo vai produzir uma serie de substâncias algumas das quais vão destruir as células do próprio corpo (auto-anticorpos).



Vacinas.
 

Esta reacção pode levar semanas, meses ou anos a declarar-se, daí a dificuldade em estabelecer um nexo-causal entre a vacina e o aparecimento da doença autoimune. Contudo, recentes surtos, por exemplo do síndrome de Guillain-Barré (que atinge o sistema nervoso central) após uma vacinação em massa, como no caso da gripe A, sugerem uma relação de causa a efeito.



Miofascite macrofágica.
 

No caso da miofascite macrofágica, de aparecimento pós-vacinal, a presença de hidróxido de alumínio em biopsias musculares nos doentes atingidos, prova a toxicidade desse metal, utilizado como adjuvante nas vacinas.



Síndrome da Guerra do Golfo.


No síndrome da Guerra do Golfo, os militares recebiam 6 injecções da vacina contra o antrax, contendo como adjuvantes o alumínio e o escaleno. Os estudos realizados mostraram que os que adoeceram com ASIA tinham no organismo anti-corpos ao escaleno.



Siliconose.


Contrariamente ao que se pensava, o silicone (nos implantes mamários) não é um material inerte, ele também pode desencadear um ASIA.



Todos estes doentes com ASIA apresentam dores musculares, dores articulares, fatiga exagerada, alterações neurológicas e cognitivas, temporárias ou definitivas.




http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23902317

http://www.myofasciite.fr/Contenu/Divers/201007_Shoenfeld_ASIA.pdf







Vacinas contra a poliomielite contaminadas com virus de macaco

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O departamento de saúde americano, Centers for Disease Control and Prevention (CDC) publicou um artigo, mais tarde removido (mas que pode ser visualizado aqui ) onde revela que entre 1955 e 1963, 10 a 30 milhões de americanos poderão ter sido infectados com o virus SV40 proveniente de lotes vacinas contra a poliomielite contaminados.




SV40 é a abreviatura de Virus Símio 40 altamente suspeito de provocar cancro no ser humano. Com efeito, fragmentos desse virus foram recentemente isolados em 33% dos cancros osseos (osteossarcomas) e 60% dos cancros do pulmão (mesoteliomas).


Na década de 1950 foram utilizados rins de macacos rhesus infectados com SV40 para o fabrico de vacinas contra a poliomielite. Apesar de nem todas as vacinas estarem infectadas, estima-se que 10 a 30 milhões poderão assim ter sido contaminadas.



Consta do relatório do CDC que:


- o SV40 é um virus encontrado em algumas espécies de macacos,


- o SV40 foi descoberto em 1960 e logo depois foi encontrado nas vacinas contra a poliomielite,


- o virus SV40 foi encontrado em certos tipos de cancro no ser humano, apesar de não ter sido determinado se é o factor causal,


-  a maioria dos estudos sugere que o SV40 não causa cancro, contudo existem alguns estudos que dizem o contrário, sendo necessário mais investigação,


- actualmente as vacinas contra a poliomielite não contêm SV40 desde 1963,


- nem todas as doses administradas entre 1955 e 1963 continham o SV40, calculas-se contudo que poderão ter sido contaminados 10 a 30 milhões de pessoas.





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terça-feira, 28 de maio de 2013

Loucuras e derivas dos testes de predisposição genética

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Nos últimos anos, têm surgido no mercado vários testes de predisposição genética que preconizam tratamentos "por medida", adaptados ao perfil genético.


No entanto, a grande maioria das doenças não são mono-genéticas, vários outros factores influenciam o desencadeamento de uma determinada doença, tal como a alimentação ou o modo de vida.


Assim sendo, estes testes podem preocupar erroneamente as pessoas ou pelo contrário tranquilizar-las e desdenharam um modo de vida mais saudável.





A fragilização e banalização da vida.


Falar em testes de predisposição genética, e portanto na predisposição em contrair uma desterminada doença, coloca a questão de saber como viver com essa informação relativa a uma potencial doença que talvez nunca venha a acontecer.


Psicologicamente, uma notícia destas, reduz o campo das possibilidades para o homem, onde esta visão estreita e definitiva da sua vida, implica a perda da esperança.



Teste para todos os gostos...


Genelex, empresa americana, propõe uma "análise dietética do ADN" em relação à obesidade, e aconselha uma dieta personalisada em função dos resultados. Pagamos 645 dólares, recebemos um kit com dois cotonetes, fazemos uma ligeira raspagem da cavidade bucal e enviamos o conjunto para a morada indicada. Cinco dias depois recebemos em casa um plano de acção com uma dieta "em harmonia com o nosso perfil genético".


Sciona, empresa especialista em nutrição, através da analise de 19 genes e um questionário sobre o modo de vida, vaí mais longe: prevê a tendência a vir a ter problemas de colesterol, de hipertensão, capacidade a acumular gorduras ou a destruir radicais livres de oxigénio. Assim, após ter pago 99 dólares para o teste, pode receber em casa um pequeno manual com o resultado dos testes e conselhos, que todo sabemos de antemão: fazer exercicios físico, comer peixe, fruta e legumes.


Genelex também propõe testes de "reacções a medicamentos". Após a analises de alguns genes, fica a saber se é receptivo ao Prozac ou se necessita de uma dose reforçada de Effexor (anti-depressor).


O site Gene Link, vende um teste que pretensamente permite calcular o envelhecimento cutâneo. Em função dos resultados, recomenda a compra de um determinado creme anti-rugas ou de micro-nutrientes de que a sua pele necessita. Claro que os produtos preconizados são vendidos pelo próprio site.


NicoTest propõe um kit onde, após depositar uma gota de sangue, e por 137 euros, fica a saber a sua reacção à nitotina, a sua taxa de dependência e a sua resistência ao stress.



Derivas preocupantes.


O estudo genético aplicado a doenças graves, como o autismo, com vista a um possível tratamento é benéfico, mas quando ouvimos falar em derivas da aplicação da predisposição genética como nos casos de caracteristas da personalidade, o assunto é preocupante.


Existe o problema ético do direito à privacidade e à não descriminação, baseado em testes de predisposição para determinadas doenças que nunca pederemos vir a padecer: descriminação pelas companhias de seguros, na contratação de trabalho e possível aparecimento de testes para avaliar potenciais criminosos ou simplesmente pessoas potencialmente perigosas com a necessidade das "neutralizar" ou "eliminar", potenciais doentes mentais, homosexuais,...





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sexta-feira, 24 de maio de 2013

A morte de Hipócrates

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Grande parte dos médicos não têm um conhecimento profundo dos tratamentos farmacológicos que estão a administrar, apenas têm uma vaga ideia formatada pelo que lhes foi tramitido durante o curso. 

O curso terminado,  a maioria não põe em questão os novos medicamentos que surgem no mercado, confiam na informação transmitida pelos delegados de informação médica ou nos estudos patrocinados pelos laboratórios farmacêuticos que os comercializam.





Delegados de "desinformação" médica.


A principal formação que recebem os delegados de informação médica, após uma formação técnica rápida sobre o medicamento, é a melhor maneira de convencer o médico a prescrever a todo o custo esse medicamento.


Estes delegados são comerciais, como tal, bem poderiam apresentar a mesma convicção ao vender uma caneta, uma marca de detergente ou um político. O método é o mesmo: valorizar o produto, minimizando os efeitos secundários ou simplesmente ignorando a sua ineficácia ou inutilidade.


Esta venda é feita cativando o médico de várias maneiras: saber ouvir, fingir-se muito interessados na vida privada do médico que têm à sua frente (familia, filhos, hobbies), com a finalidade de ganhar a sua confiança.


Os laboratórios recrutam delegadas de informação médica que bem poderiam ser modelos de passarela ou jovens e atraentes delegados de informação médica. Existe muitas vezes, nestes casos, um verdadeiro jogo de sedução, no limite, um verdadeiro jogo de atracção sexual.


Sedutores e bem-falantes, propõem jantares nos restaurantes mais badalados da cidade ou estadias em hotéis cinco estrelas, tudo pago, claro, pelo laboratório farmacêutico que representam. Neste contexto, muitos médicos sentem-se reis e rainhas envoltos pelo glamour efémero das circunstâncias.


Por vezes, e não raras, são viagens de luxo a países distantes que são oferecidas, a pretexto de um qualquer congresso ou simpósio, que a maioria nem sequer frequenta.


Perante tantas mordomias, como não se deixar convencer e recusar prescrever o medicamento promovido, acabado de ser colocado no mercado (os mais rentáveis) fundamentado em estudos apressados, testados em populações miseráveis da Ásia ou de África, cobaias com características corporais e culturais muito diferentes das nossas, cobaias esses que nunca irão ter direito a beneficiar dos medicamentos pelos quais foram testados.






Médicos ao serviço da indústria farmacêutica.


Existem alguns médicos que trabalham diectamente para benefício da indústria farmacêutica. Os menos perigosos são aquelas que se aproveitam do sistema: os directores clínicos dessa indústria, que abertamente beneficiam das mordomias e salários altíssimos pagos para ocuparem esses postos. Claro que defendem o laboratório para o qual trabalham, mas estão "simplesmente" a cumprir uma função.


Os mais perigosos são os encaputados, escondidos através de um qualquer título ou renome e que definem as "guidelines" nacionais e internacionais que a generalidade dos médicos segue sem questionar, a troco de elevadas compensações monetárias. Constatamos que muitos deles têm assento nos laboratórios produtores dos medicamentos que defendem.


Sem questionarem os numerosos estudos existentes sobre um determinado medicamento, a maioria dos médicos acredita piamente nas conclusões elaboradas por esses gurus. Acreditam estar a prescrever o melhor para os seus doentes.


O grande problema está na maneira como são realizados os famosos estudos clínicos que se tornam os padrões das futuras prescrições.







Como falsear um estudo clínico.


Tudo começa pelo simples facto que 95% dos estudos clínicos, devido em parte ao seu elevado custo, são concebidos e realizados pelos laboratórios que produzem o medicamento que querem vender, logo, ninguém no seu perfeito juízo irá falar mal do que pretende vender.


Os estudos elaborados pelos laboratórios são depois entregues a um conjunto de médicos que, ou porque acreditam genuinamente no medicamento ou porque lhes trás benefícios monetários, têm logo á partida uma tendência natural para encarar os futuros resultados desses estudos, de forma favorável em relação ao medicamento em estudo. Começa aqui uma das partes tendenciosas do estudo.


Durante a selecção dos doentes, com as caracteristicas necessarias para entrar no estudos, um conjunto deles, apesar de reunirem essas condições é eliminado por directrizes previstas pelos laboratórios que elaboraram o estudo. São doentes que poderiam por em causa os resultados positivos esperados, ficando apenas aqueles "perfeitos" para que tudo corra bem, isto é que tenham a maior probabilidade do medicamento em questão ter bons resultados.


Muitas das vezes, no decorrer do estudo, os doentes que fogem aos padrões esperados são simplesmente eliminados do estudo.


Finalizado o estudo, os dados são entregues a uma empresa de analise de dados contratada e paga pelo laboratório que encomendou o estudo. Essas empresas de analise não querem perder o cliente que a sustenta, por isso rezam para que os resultados sejam favoráveis ao medicamento estudado. E não é que corre tudo bem, e que os resultados são mesmo favoráveis!


De qualquer maneira, os que se revelam desfavoráveis, apesar de esticar os resultados positivos são guardados numa gaveta e nunca serão publicados.


Para aumentar articialmente os resultados favoráveis, várias técnicas são postas em prática. Por exemplo, na analise estatística, as referências mal defenidas são desvalorizadas (por exemplo: não sinto uma grande melhoria da dor, transcrito para: melhor ) ou maximizadas (por exemplo: melhorei um pouco da dor, transcrito para: bastante), numa escala de: pior, igual, melhor, bastante.


Outra técnica é usada na elaboração das curvas e histogramas estatísticos. A representação gráfica é feita de maneira a parecer que um determinado resultado positivo é bastante superior aquele que é na realidade. O efeitos secundários são frequentemente atribuídos a outros medicamentos (geralmente os doentes estão polimedicados).


A próxima fase é contactar um médico "bem cotado" pelo seu estatuto profissional, que seja uma fonte de credibiladade inquestionável para a restante classe médica. A troco de elevadas quantias monetárias vai vender o medicamente em congressos e colóquios. O resto, já vimos, cabe aos delegados de informação médica.






Uma imensa teia de interesses.


Quando um medicamento começa a causar problemas, são desvalirizados e os seus críticos ostracisados. Quando surgem estudos independentes contrários ao medicamento, pura e simplesmente não são publicados, dado que as revistas médicas estão nas mãos de decisores médicos que justamente também trabalham para a indústria farmacêutica.


Os organismos nacionais que fiscalizam os medicamentos, como o Infarmed em Portugal, estão nas mãos da indústria farmacêutica, e portanto não querem matar a galinha de ovos de ouro. O mesmo se passa com os organismos internacionais, 95% das receitas da OMS provém de subvenções da indústria farmacêutica, muitos delas a coberto de Fundações fictícias dessa indústria. Nestas condições como garantir a independência?


Quando finalmente um determinado medicamento, demasiado prejudicial para a saúde é retirado do mercado, muitas vezes após anos de denúncias e algumas mortes, é somente quando a sua rentabilidade financeira já foi amplamente atingida.






A deriva da medicina.


Não é pois de estranhar que na medicina actual sejam colocados cada vez mais frequentemente medicamentos insuficientemente estudados, alguns posteriormente retirado do mercado, após várias mortes, mas que entretanto já renderam milhões de dólares.


Não é pois de estranhar que sejam colocados no mercado medicamentos que são "mais do mesmo" em que diferem do anterior com uma simples alteração molecular e que não trazem nada de novo, a não ser obter a tão famigerada patente que lhes permite não serem copiados nos anos seguintes. Vendidos como inovação, mais caro que os anteriores, que até funcionavam, permitem aos laboratórios arrecadar milhões de dólares.






O exemplo do colesterol.


Não é de estranhar, que desde que os laboratórios decidiram tomar contar de uma das mais frequentes causas de morte, as doenças cardiovasculares (não é puro acaso que escolhem as mais frequentes, aquelas que dão mais dinheiro, menosprezando as pouco frequentes), tivessem de escolham uma vítima, neste caso o colesterol.


Hoje em dia, a propaganda está tão bem feita, que não existe praticamente ninguém que não tenha o colesterol demasiado elevado e, claro, que tome a sua estatina. Aliás os valores optimais não para de descer, óbvio, quanto mais gente estiver fora desse valor considerado "normal", mais serão vendidas estatinas.


Este exemplo reflecte bem o poder da indústria farmacêutica que consegue vender o que quer, começando por criar o medo, através de "estudos" promovidos e pagos pelos próprios laboratórios, soburnando médicos de renome, para diabolizar este famoso colesterol junto da população e dos médicos prescritores.


O raciocínio parece lógico, como não poderia deixar de ser, se aceitarmos as premissas: nas doenças cardiovasculares, existe frequentemente uma acumulação de gordurana artérias, o colesterol é uma gordura, logo o colesterol é o grande culpado destas doenças.


Por outro lado, descobriu-se que as estatinas baixavam os níveis de colesterol, o que é verdade, logo conclui-se que baixando os níveis de colesterol estariamos a baixar o risco de doenças cardiovasculares.


Tudo certo, excepto que a correlação directa entre o colesterol elevado e as doença cardiovasculares não está provada, muitos outros factores existem. A mortalidade global nunca baixou nos doente medicados com estatinas, o que poderá ter baixado é a morbilidade para determinadas doenças das quais as cardiovasculares, o que não é a mesma coisa.






O poder da persuasão contra o poder do raciocínio.


Através de estudos falsificados, todos pagos pela indústria farmacêutica, da corrupção de certos médicos e da divulgação em grandes revistas científicas controladas por essa mesma indústria, chaga-se a uma estratégia de comunicação em que se utilizam argumentos lógicos e racionais para se induzir a necessidade de consumir uma determinada substância medicamentosa.


Outro exemplo típico passa-se com a quimioterapia, para a qual os estudos revelam que a mortalidade global não baixa ou de forma pouco significativa com o seu uso, e neste último caso o que poderá melhorar são algumas formas de morbilidade, o que mais uma vez não é a mesma coisa. Aqui confunde-se voluntariamente a correlação inexistente entre a redução tumoral, que se verifica com a quimioterapia, e o maior tempo de sobrevivência, que não se verifica.


Muitos outros exemplos poderiam ser citados, o que importa aqui é salientar que o tempo em que os investigadores estudavam a melhor maneira de curar ou minimizar as consequências de uma determinada doença, isolados nos seus laboratórios de fortuna, acabou.


O que temos é uma poderosa indústria farmacêutica, a terceira a seguir às energéticas e financeiras, que promove fármacos que não se destinam a minorar o sofrimento humano, mas a fazer dinheiro a qualquer custo, ou perpetuar certas doenças rentáveis, tudo feito à custa dos doente, muitas vezes prolongando as próprias doenças, tanto faz, o que interessa é o dinheiro.





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