terça-feira, 27 de março de 2012

Não à indiferença

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Uma homenagem a António Gramsci, mas sobretudo a uma grande amiga que me enviou o texto e que considero das pessoa mais esclarecidas do panorama dos blogues em língua portuguesa dos que eu conheço: a Fada do Bosque. Para ler e meditar.




Odeio os indiferentes

A indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso detesto os indiferentes.
A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.


Indiferença actua poderosamente na história. Actua passivamente, mas actua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca.


 O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um acto heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que actuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos.


O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar.


 A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há factos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida colectiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso.


Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos activos, e a massa dos homens não se preocupa com isso.

Mas os factos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenómeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou activo e quem foi indiferente.


Por isso odeio os indiferentes.


Antonio Gramsci


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27 comentários:

  1. Tivemos 46% de indiferentes, no pico em que todos fomos chamados (legislativas 2011). O número sobe astronómicamente enquanto se aguarda nova eleição... Andarão por 20% os activos cerebrais. 7 a 10 % os interventivos, não mais. Os decisores podem decidir sossegados...

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  2. A indiferença é filha da injustiça e mãe do egoísmo, é a causa da desgraça mundial.
    Enquanto muitos choram seus mortos a indiferença se regojiza achando que é fatalidade, e continua "vivendo" com os olhos fechados, pois é mais fácil fechá-los do que admitir que é a favor da desumanização.

    Abraços

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  3. Meu amigo Rogério,

    Trato-o por amigo, apesar de não o conhecer mas vejo que é um homem bastante informado.

    Já lhe disse que as suas posições de 'moderador' para mim são muito importantes. Primeiro, porque põe 'água na fervura' nas teorias constantes de conspiração, e sobretudo porque me obrigam a pensar e muitas vezes a reconsiderar as minhas próprias opiniões, o é bom.

    Ninguém é detentor da verdade, e muito menos eu, simples cidadão. Já lhe disse também que o seu discurso me fazia pensar que teria alguma ligação com a advocacia.

    Bem haja por tudo isso. Mas julgo que não percebeu que as eleições só servem para confirmar um dos dois partidos que existem em todas as democracias ocidentais. Uns mais à 'direita' outros mais à 'esquerda', mas que no fundo defendem a mesma coisa.

    As eleições, como já disse, só servem par criar a sensação de que existe uma alternância de poder, nada mais. Os programas são comuns, subjugados aos grandes interesses económicos e financeiros das grandes multinacionais.

    Os media, através das suas propagandas levam-nos a escolher um ou outro, quando na realidade defendem a mesma coisa. São uma pura alternância. Nós é que julgamos fazer alguma escolha.

    Muitos dos indiferentes já não acreditam no 'sistema' como eu também não.

    Um abraço sincero

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  4. Gostei do texto.

    A si sigo-o, embora não comente sempre.

    E, desculpe dizer-lho frontalmente, acho bastante arriscado afirmar que alguém está acima de tudo , quando não conhece, presumo, todos os blogues de língua portuguesa. Deveria ter acrescentado"dos que eu conheço", rrss

    Resta-me dizer que aprecio o blogue referido.

    Bom resto de semana

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  5. São,
    Tem toda a razão. Deixei-me levar pelo entusiasmo. Já corrigi.

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  6. Olá dr. Octopus

    Depois de ter lido o que escreveu neste post e o comentário que deixou no anterior, não poderia de forma nenhuma responder de ânimo leve.
    Respondendo a isto:

    "Decididamente, e muita gente haverá que vai dizer que estamos constantemente a retribuir elogios, mas és sem dúvida a pessoa mais esclarecida e verdadeira que conheço."

    Estamos sim, constantemente a retribuir elogios mas muita gente não sabe, a que ponto nos conhecemos, nem a que ponto a nossa amizade é profunda.
    Depois, que mal tem um amigo elogiar o outro se realmente o são? Para críticas basta já os que se sentem mal com a felicidade dos outros e contentes com o seu mal....O seu inimiggo jamais suportaria a sua felicidade.
    Disse-lhe uma vez que se tivesse de ir para a linha da frente, consigo ao lado me sentiria segura (mesmo sabendo como lutou, desculpe a antítese, como objector de consciência nos melhores anos da sua vida)e volto a dizer o mesmo!
    É compreensível que com amizades assim, pensem que colocamos uma lupa nas qualidades do outro... esquecem-se que essa lupa existe também para os defeitos.

    Como temos por aqui um grupo de amigos espectacular, apenas quero dizer que aprendo mais com eles, do que eles comigo e o dr é realmente um deles!... Isso sim dá-me força!!
    A minha interpretação das suas palavras é: "Força nos teus objectivos!"
    Não... não sou indiferente e por isso lhe tenho tanta amizade. Admiro a sua coragem e persistencia!
    E porque não deixar-lhe aqui umas palavras de Wilde, que tão bem demonstram o que é para mim a amizade?

    “Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
    Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
    (...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
    Deles não quero resposta, quero o meu avesso.(...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.(...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça.
    Não quero amigos adultos nem chatos
    Quero-os metade infância e outra metade velhice.
    Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa.
    Tenho amigos para saber quem eu sou.
    Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

    Obrigada dr. Octopus por fazer parte da minha vida! :)

    Um grande beijo

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  7. Octopus, Burgos e Fada! Vocês aí em Portugal fazem a diferença! O texto é profundamente relacionado aos momentos que estamos vivendo. Se me permitem, vou replicá-lo no meu blog aqui no Brasil. Vamos em frente. Abração a todos!

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  8. Caro Octupos aplaudo e apoio a homenagem á Fada do Bosque( se me for permitido)
    Porém (não o digo de animo leve) … lamento mas não gostei particularmente do texto, por ser proferido por alguém que diz odiar, o ódio é um sentimento corrosivo …corrói tudo e todos mas corrói antes de mais quem em si o transporta, até mesmo em guerra o inimigo merece respeito, e se não o merecer, ainda assim, o ódio é contraproducente… o ódio cega-nos , afasta-nos do objectivo…dirão que são apenas palavras…e digo-vos com seriedade: Não subestimeis jamais o poder das palavras.
    Não concordo que a culpa seja (só) dos indiferentes, a culpa é minha, é tua, é nossa! Se sentimos uma vocação para informar e esclarecer os outros e se não conseguimos os objectivos pretendidos de nada serve lançar as culpas aos indiferentes, muitos serão talvez indiferentes por falta de eficácia nossa. Outros ainda concordarão com tudo o que dizemos ainda que nada compreendam apenas para serem politicamente correctos esses não só são indiferentes como são cobardes. Como se pode “colocar no mesmo saco” indiferentes preguiçosos com indiferentes que mal conseguem sobreviver no meio das adversidades? Não me parece justo.
    A indiferença não ofende, admito o direito á indiferença, porem não creio que deva ser reconhecido a alguém o “direito” a odiar e ainda mais odiar a alguém em abstracto porque serão…indiferentes.
    Se o que aqui se subentende, no texto e no blog é a chamada de atenção de que o mundo e a historia não são como nos querem fazer crer , se a missão é alertar e informar, como se pode alertar e informar declarando ódio aqueles que queremos alertar e informar? Como dizia a esposa de Júlio César a seu marido: “ Não basta ser serio, é preciso parece-lo “ Não duvido da seriedade de quem o faz, mas convenhamos que não será a mais pedagógica das opções Embora admita que muito mal possa acontecer por uma maioria ser indiferente acredito por sistema que as soluções e as responsabilidades devem antes de mais de ser procuradas em nos próprios.
    Por esta altura começo a imaginar o pensamento de algumas pessoas no blog ( Épa ! este gajo é uma besta! ) …é um risco…ainda mais na internet, mas se a maioria assim o achar este será o meu ultimo comentário no teu Blog, mas lembra-te, não foi um comentário indiferente e quem realmente te respeita não te diz apenas o que gostas de ouvir, sei que não tenho “A” razão, apenas pretendo mostrar outra razão. Mesmo sabendo que a Fada do Bosque não admira particularmente o meu sentido de humor nem a minha veia de cineasta : ) e uma vez que não gostei particularmente do texto…queria oferecer como dedicatória á aqui homenageada Fada do Bosque e a ti meu caro Octupus um poema de Khalil Gibran chamado do crime e do castigo (apenas não coloco o link porque não consigo, se o puderes colocar agradecia) não o faço de animo leve, é o 2.º melhor texto que conheço escrito pelo ( na minha opinião) o melhor escritor da historia da humanidade.
    Se eu não me consegui explicar…leiam o poema e tenho a certeza que compreenderão, mal não fará.
    Um grande abraço. E parabéns á homenageada.

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    1. Meu amigo Bruno,

      A minha primeira intenção ao criar este blogue sempre foi tentar demonstrar que outros pontos de vista existiam, o que em língua portuguesa não abundavam.

      Como sabes sempre tentei ver os dois lados de cada questão, e já o disse à Fada do Bosque que frequentemente compro livros e sempre leio opiniões diferentes das minhas porque ninguém é dono da verdade, muito menos eu.

      Não me conheces, sou um simples cidadão, médico é verdade, mas nunca fiz grande questão disso, para mim o que valem são as pessoas não os títulos.

      Nunca corroborei com teorias da conspiração fáceis, baseadas em pressupostos com os quais não concordo.

      Devo-te dizer se houve uma pessoa que me fez pensar e frequentemente pesquisar e mudar de ideias foste tu. Sempre me baterei para que outros pensam diferentemente de mim, esse é um valor que nos faz evoluir e muitos me têm dado pessoas como tu.

      A Fada do Bosque, que não conheço pessoalmente, mas que elogio pela sua coragem, determinação e sinceridade, merece da minha parte todo o louvor pela sua frontalidade, tal como tu.

      Quanto à indiferença ser ou não ser um mal, pergunte-te uma coisa: o que fazemos diariamente ao comentar os comentários de uns e outros não será uma forma de combater a indiferença?

      É o que fazemos singelamente diariamente, o que é muito enriquecedor, pelo menos para mim. Frequentemente me disseste-te que não concordavas com muitas das opiniões, e muito te agradeço por isso.

      Um sincero abraço

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    2. Bruno e Octopus

      Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem,e lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize.

      Um grande abraço meus amigos

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  9. Fada e Octopus

    "Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
    Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
    Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo."

    Eu só sei de uma coisa: sou peludo e tenho a pupila mais linda da Web, e como cão falante e pensante fantasia não me falta.
    Então minha querida "Fada Guerreira do Bosque e não mais silenciosa" tenho certeza que devo estar na tua lista.

    Octopus

    Concordo com cada palavra de elogio que fizestes a Fada e me lembrou parte de um poema de Mário Quintana.

    Amigos você e eu...
    Você trouxe outro amigo...
    Agora somos três...
    Nós começamos um grupo...

    Nosso círculo de amigos...
    E como um círculo,
    não tem começo nem fim...

    Ontem é história:
    Amanhã é mistério,
    Hoje uma dádiva,

    É por isso que é chamado presente...

    Beijos a todos os amigos, deste peludo que ainda acredita em Fadas.

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    1. Burgos,

      Considero-te um pessoa fora do comum, não nos conhecemos pessoalmente e talvez nunca nos iremos conhecer, mas tenho a certeza de ter um amigo sincero que partilha um pouco da minha vida e isso deixa satisfeito.

      Abraços

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    2. Iremos todos nos conhecer um dia, não me tire essa esperança, mas meu querido amigo Octopus espero sinceramente não decepcioná-lo, pois atrás desse cão peludo existe um ser humano que talvez não corresponda as tuas expectativas, e por favor perdoa-o pois esse ser humano já tem um imenso carinho por ti.
      E quando minha verdadeira alma humana perante a ti chegar verás que a verdadeira amizade é incondicional.

      Um grande abraço meu amigo/irmão

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    3. Burgos,

      Fico sem palavras.
      Estas tuas palavras são das mais belas que me disseram.
      A humildade com que as dizes me tocam muito.
      As expectativas de que falas também me são comuns. Muitos julgam ter uma imagem de mim que seguramente não corresponde à verdade, não sou nada, sou um simples anónimo.
      Não julgo as pessoas pela sua aparência mas pelo que são, e tenho a certeza de estar perante uma pessoa excepcional.
      "On ne vois bien qu'avec le coeur, l'important est invisible pour les yeux"
      Muito obrigado

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  10. Fernando Franco

    Eu ainda estou no Brasil, hehehehehe

    Um grande abraço meu amigo

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    1. Burgos
      Bem sabe que sim e bem sabe que a amizade é uma dádiva, meu querido amigo.

      Quanto ao ser peludo, tenho muitos amigos assim, como bem sabe. Falando das pupilas... nem sequer duvido! :)

      Da mesma forma que acredita em fadas eu acredito em seres peludos, de quatro patas, com muita vontade de lutar e inteligência qb, para deixar muitos humanos de rastos! :)

      Um grande abraço

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  11. Já estava a estranhar ninguém vir com a teoria da palavra "ódio"... Sugiro a quem a palavra faz tanta confusão que a substitua por "raiva", "rancor", "antipatia"... ou então que a troque por outra mais afável, tipo "detesto... sei lá", até soa mais chique! "Por isso detesto os indiferentes" é ou não mais chique?...

    Eu,

    DEtesto os indiferentes...

    Sempre que num blogue alguém escreve a palavra "ódio" tenho sempre que ler o mesmo tipo de argumentação... enfim! Só faltou mencionar o Gandhi!

    O texto... Espelho da Sociedade...

    (P.T.: Sou suspeito para escrever sobre ódio e/ou detestar pois tenho uma "La Belle Guilhó" no meu blogue... emprestada pelos franceses...)

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    1. Coincidência! Também eu estava a estranhar que não aparecesses meu bom amigo …agora sim, isto começa a tomar forma, estava a ficar cansado da linguagem formal e tu vieste salvar-me da monotonia, só mesmo um ser humano excepcional como tu consegue “detestar” de uma forma “afável”! Fenomenal! È como dar um enxerto de porrada…com meiguice; e tens toda a razão é muito, mas muito mais chique, (até diz bem com o teu fato Armani) Não invoquei Gandhi , mas prometo-te que quando puder invocarei e a madre Teresa de Calcutá também ( e agora, estas contente?) . Tens sempre de ler a mesma argumentação? E quem te obriga? Diz-me quem comete essa violência para contigo que irei confronta-lo! Malvado! Quanto á guilhotina que lá tens …bem , todos sabemos que tu tens um “coração de manteiga”, aquilo só serve para cortares o cabelo e as unhas…apenas tens de a calibrar um pouco melhor. Olha lá, e porque não abres antes um salão de cabeleireiro e manicura? Hummm? Quando eu for Presidente da Junta e frequentar o “jet set” recomendarei o teu salão, afinal foste tu, meu bom amigo, que me ajudou a descobrir a vocação politica.

      Vozinha ! Obrigado pelo teu apoio. Aquele abraço! : )

      P.S. Espero que aprecies o diminutivo “afável” do teu nome.

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    2. Caro Bruno António,
      A isso se chama ser mau carater. Não sabes perder, meu amigo e como tal, tens de encontrar um saco de boxe.
      Muito triste figura e só alguém como o Octopus, para te ter em consideração.
      Acredita que acabaste de perder o pingo de dignidade que te restava...

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    3. É Bruno António... És fantástico... e vais chegar longe...

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    4. Caro anónimo: A “isso” chama-se o que bem entender…para mim não há nada para ganhar ou para perder , repare caro anónimo que me limitei a “ usar as mesmas armas” para alguém que sem ser de forma alguma provocado, resolveu dizer algumas graçolas acerca de um comentário que não gozava com ninguém nem fazia troça de ninguém, apenas apresentava de forma educada um ponto de vista diferente. Quanto á acusação de falta de carácter e de falta de dignidade vinda de alguém que se esconde atrás de um comentário anónimo, para além de cómica denota um acentuado défice cognitivo …e uma cobardia patológica, é lixado quando nos combatem com as nossas armas …compreendo a sua frustração, mas não costumo reagir da mesma forma. A expressão “saco de boxe” é sua e da qual nada partilho, note que a pessoa a quem se refere deve ser adulta e gosta de se arriscar a dizer umas graçolas…não deveria precisar da sua compaixão, mas já que ele se amparou e refugiou ao seu comentário…talvez precise de um apoio para se sentir mais forte.
      Já agora transmita ai ao seu “guia espiritual” que o meu objectivo não é a distância alcançada mas sim a qualidade do caminho percorrido, mas o caro anónimo não parece ser a pessoa indicada para debater sobre qualidade.
      Caro anónimo…não é assim tão anónimo como pensa ser…a sua dialéctica é bem conhecida, mas se gosta de atirar a pedra e esconder a mão então sim, você vai chegar longe…”bué” de longe…mas… a rastejar no anonimato.

      Com os melhores cumprimentos.

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  12. Eu suponho que a palvra "ódio" do texto talvez seja uma licença poética e não traz toda a força do sentimento que dela se espera...está aí VOZ a minha teoria. E parabéns para a Fada pelos amigos que tem.

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  13. Olá Tibiriçá... Tu consegues escrever em poucas palavras o que eu não consegui em tantas! Se me permitires acrescento ao meu comentário o teu como complemento final...

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  14. (Dedico esta "carta de amor" da bem humorada escritora Brasileira Fernanda Young, a quem me pediu uma declaração de amor a qual não pude corresponder, e a todos aqueles em geral que odeiam algo ou alguem e acham que esse sentimento vil e mesquinho tem alguma razão de ser)


    "Para quem me odeia"

    Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro.
    É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira.
    Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim.
    Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado.
    Se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito.
    Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço.
    Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você.
    E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos.
    Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível.
    Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco.
    Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando.
    Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.
    Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor.
    E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas:
    Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo.
    Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado.
    Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.
    Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso.
    Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.
    "Com amor, da sua esterna."
    Fernanda young

    P.S. Este calhau com 2 olhos assumido ainda não perdeu a esperança de que cresçam espiritualmente e renuciem a todas as formas de ódio.

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  15. Caro Octopus

    Vou lançar aqui no teu blogue a seguinte idéia.

    Como se aproxima o 25 de abril, porque não convocar atraves da net, criando no facebook uma página, uma convocatória para afrontarmos os palhaços que nos desgovernam no dia da liberdade.

    Tanto na AV. DA LIBERDADE, ou na ASSEMBLEIA DOS PALHAÇOS DEPUTADOS, ou caso o ANIBAL SE ESCONDA EM BELEM na frente da casa dele, uns bons milhares de PORTUGUESES COM COLHÕES PRETOS, A GRITAREM A plenos pulmões os nomes deles , e a chama-los de LADRÕES COMO MERECEM SER CHAMADOS.

    Fica aqui a idéia, me retorne se achar conveniente.

    Um abraço.

    Ramiro Lopes Andrade

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  16. Amigo Ramiro,

    Como sabes, todas as iniciativas de protesto, quando justas, são bem-vindas.
    Infelizmente não acredito que passem por acções de protesto pacificas. Não é que acredito que acções mais violentas sejam a solução, mas quando nada funciona, o protesto 'mais' musculado é legitimo.

    Um grande abraço, camarada, e boa sorte.

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