segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Wikileaks: o angolano, o amigo português, o ex-general russo e o bloco de urânio...

(Pastilha de urânio, neste caso pastilhas de óxido cerâmico que são carregadas no núcleo de um reator nuclear)



É sabido que após o desmembramento da ex-URSS o tráfico de urânio tornou-se uma realidade muitas vezes associado às máfias locais.

Mas a última revelação da Wikileaks, de hoje, mais parece um filme policial de um péssimo realizador ou um filme cómico.


As revelações:


O jornal Público revela documentos secretos divulgados pela Wikileaks de Julho de 2008, provenientes da embaixada americana em Lisboa, relatava que um informador que se tinha deslocado ao local tinha contado uma história sobre um general russo reformado que teria um bloco de urânio para vender, mostrando uma fotografia da mercadoria. No telegrama comentava-se que "o visitante declarou que não estava a tomar medicação nem consultou nenhum especialista em saúde mental".

O visitante, de nacionalidade angolana, descreve desta vez a agência Lusa citando o telegrama, “declarou que tinha sido abordado há dois meses atrás por um sócio a tempo parcial chamado Orlando para ajudar a vender ‘placas de urânio’ de um ex-general russo a viver em Portugal. Orlando estava a trabalhar através de um ‘velho’ juiz a viver perto do Porto.”



http://www.publico.pt/Mundo/wikileaks-denuncia-de-tentativa-de-venda-de-uranio-em-portugal_1471807



Por seu lado, o Diário de Notícias escrevia: "a única prova que apresentou foi uma fotocópia a cores de uma fotografia, do que parecia ser um tijolo cinzento metálico colocado sobre a primeira página do jornal português Jornal de Notícias".
Na fotocópia estavam também escritas, à mão, as medidas de um rectângulo (21 centímetros de altura do lado esquerdo, 25 centímetros de altura do lado direito, 48 centímetros de largura na parte de cima, 51 centímetros de largura na parte de baixo e 31 centímetros de largura). O peso total era de 25,35 quilogramas.



http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1739227




O filme:

Enredo:

Este filme é de morrer a rir: um visitante angolano, que tem um sócio ("a tempo parcial"!) português chamado Orlando, que trabalha para um juiz do Porto, teria de ajudar um ex-general russo a vender um bloco de urânio. E como se isso não bastasse, o angolano não contactou a seu embaixada ou as autoridades portuguesas, não, a primeira coisa que se lembrou foi de contactar a embaixada americana em Lisboa. Lógico não?

Personagens:

Portanto, temos: o angolano, o seu amigo português, o juiz, o ex-general russo. Temos que reconhecer que era difícil encontrar um elenco mais atípico. No meio disto tudo encontra-se um bloco de urânio, que acreditam ser proveniente de nada mais nada menos do que de Chernobyl, a passear por Lisboa.

Fotografia:

Para completar este filme absurdo, temo a fotografia de uma espécie de tijolo cinzento em cima ... de um jornal, com as medidas escritas à mão e o prático e facilmente transportável peso de 25,35 kg.

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