quinta-feira, 31 de julho de 2014

Israel e a desumanização das vítimas palestinianas

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"Se eu fosse um líder árabe, nunca assinaria um acordo com Israel. É normal, nós roubamos-lhes o país. É verdade que Deus nos o tinha prometido, mas o que é que eles têm a ver com isso? O nosso Deus não é o deles. Houve o anti-semitismo, os nazis, Hitler, Auschwitz, mas era culpa deles? Eles só vêm uma coisa: roubamos-lhes o país. Porque é deveriam aceitá-lo?"


David Ben Gurion, antigo primeiro ministro de Israel, numa conversa com Nahum Golman em 1956 e mais tarde citada no livro "O paradoxo Judeu".







Israel não nega ter morto civis. A propaganda de Israel consiste em fazer-nos crer que esses palestinianos mortos queriam morrer como mártires e portanto que eles desvalorizam a própria vida, descrevendo esse povo como uma espécie de decadência cultural.



Este discurso de desumanização priva os palestiananos do seu estatuto de vítimas.



Como potencia ocupante da faixa de Gaza, Israel tem o dever de proteger os civis do território que ocupa. Não pode ocupar um território, negando-lo o poder autónomo e ao mesmo tempo declarar-lhe uma guerra.



Esta declaração de guerra não é feita contra um Estado soberano, mas contra uma zona ocupada sob jurisdição de Israel, as leis internacionais sobre a ocupação prevêm a protecção dos seus civis.



Israel pretende que deixou a faixa de Gaza em 2005, e que portanto a sua ocupação terminou. Não é verdade, porque controla o seu espaço aéreo, as suas águas e os movimentos da sua população.



Partindo do principio que o Hamas utiliza a sua população como escudos humanos e que esconde sistematicamente o seu armamento em edifícios públicos, em menos de um mês de ataques Israel já destruiu: 4 000 casas, 5 hospitais, 6 clínicas, 64 mesquitas, 2 igrejas, 8 ministérios, 6 escolas da ONU, matou 1 400 palestinianos e feriu 8 000.








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terça-feira, 29 de julho de 2014

"Gaza é um cemitério, já não tem crianças" cantam alegremente jovens israelitas

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Jovens isrealitas cantam como os suporteres de futebol fazem ao apoiarem a sua equipe:


"...

Em Gaza já não há escolas,
Também já não há crianças,
Olé, olé-olé-olé,

...

Odeio todos os árabes,
Oh-oh-oh-oh Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!
Gaza é um cemitério!"




O vídeo, de 26 julho 2014, foi filmado em Tel-Aviv e publicado pelo jornalista israelita Haim Har-Zahay, e pode ser visto com legendas em francês no link abaixo:


«GAZA EST UN CIMETIÈRE, IL N’Y A PLUS D’ENFANTS» CHANTE JOYEUSEMENT LA JEUNESSE ISRAÉLIENNE - Vidéo Dailymotion








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quarta-feira, 23 de julho de 2014

ONU: Inquérito sobre o ataque a Gaza

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Perante a suspeita de crimes de guerra a Palestina promoveu a votação de uma resolução para que seja realizado um inquérito no Conselho dos Direitos Humanos na ONU.



Foi aprovada com 49 votes a favor, 17 abstenções (todos os países europeus) e um contra: os Estados Unidos.


O representante americano justifica o vote com: "esta resolução não vos vai ajudar em nada".


A resolução condena "as violações generalizadas, sistemáticas e flagrantes dos direitos humanos e das liberdades fundamentais" e acha que as ofensivas de Israel "implicam ataques indescriminados e desproporcionados que podem constituir crimes internacionais".


Israel alega o direito internacional em se defender.



Esta é a 3ª ofensiva contra a faixa de Gaza em 6 anos.

Alguns dados:






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terça-feira, 22 de julho de 2014

Israelitas seguem os bombardeamentos de Gaza sentados em cadeiras de jardim !

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Um grupo de israelitas reunidos para assistir ao bombardeamento da faixa de Gaza como se estivessem a assistir a um jogo de futebol.






Umas cinquenta pessoas, em cima de uma colina, sentados em cadeiras de jardim e algumas comendo pipocas, comentam excitados os bombardeamentos, aplaudindo cada explosão.




"É muito giro", diz um jovem que vive em Jerusalem, a 150 km daqui, e que veio expressamente assistir aos bombardeamentos "é formidável estar aqui, podem-se ouvir os trovões e ver os roquetes, é muito excitante".









(Fotografia tirado dia 13 julho 2014 pelo jornalista dinamarquês Allan Sorrensen, na cidade israelita de Sderot perta da fronteira de Gaza)



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segunda-feira, 21 de julho de 2014

A Palestina abandonada pela comunidade internacional.

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"Existe um apoio internacional muito forte à operação militar em Gaza"

(Benjamim Nteanyahu, primeiro ministro de Israel)




Infelizmente, esta afirmação acaba por ser verdadeira dada a fraca condenação e silêncio da comunidade internacional perante os bombardeamentos e ataques terrestres à Palestina por parte de Israel.






Ao pretender combater o Hamas, Israel está a matar numerosos civis inocentes e esta punição colectiva é considerada, pelo direito internacional, como um crime de guerra.

 A quarta convenção de Genebra, escrita em 1949, é relativa à protecção dos civis em período de guerra e nela está explicitamente escrito que "as punições colectivas são estritamente proibidas".




ONU 

A condenação dos ataque de Israel passou da dúvida à critica suave:
"...temos dúvidas quanto ao facto de que estes ataque sejam conformes às leis humanitárias internacionais e às leis internacionais sobre os direitos humanos".
Mais tarde Ban Ki-Moon declara que "Israel deve fazer muito mais para proteger os civis palestinos".



USA

Obama passou de "...inquieto com o números crescente de mortos, dos quais o número crescente de civis palestinos e da perda de soldados israelitas" (num comunicado da Casa Branca) a "Nos estamos a trabalhar na ideia de um cessar fogo" (John Kerry).



França

O presidente François Hollande nos primeiros dias dos bombardeamentos fez saber que "Cabe ao governo israelita tomar todas as medidas para proteger a sua população perante as ameaças". Dias depois passou a um discurso mais moderado: "A única mensagem que devemos pronunciar, é a mensagem do dialogo, da contenção e da procura, tanto quanto possível, do apaziaguamento".



União Europeia

Pediu para que Israel "assegure a segurança dos civis na faixa de Gaza" (!)



Rússia

Putin pediu por telefone a Netanyahou "a cessação urgente do confronto armado", após ter declarado que "apoiava o direito de Israel a proteger os seus cidadãos" e que a Rússia era uma verdadeira amiga de Israel e do seu primeiro ministro.



Liga Árabe

"Israel deve cessar imediatamente a agressão contra a faixa de Gaza e assegurar a protecção necessária da população civil da Palestina".



América do Sul

Numerosos países dirigidos por partidos de esquerda condenaram Israel, com destaque para Venezuela, Cuba, Uruguai e Bolívia.






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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Concursos televisivos rendem milhões

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A alienante programação televisível é prenchida à noite por telenovelas e durante o dias por enfadonhos concursos televisivos que no entanto são altamente rentáveis.




A Associação Portuguesa de Direito do Consumo (APDC) apresentou uma queixa à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e à Provedoria da Justiça contra o "assédio" e "abusos" de concursos televisivos da RTP, SIC e TVI.


Os telespetadores são "sucessivamente massacrados, ao longo do dia, com mensagens a apelar à participação em concursos" televisivos, através de chamadas de valor acrescentado, fazendo-os acreditar que se estão a candidatar "a um prémio monetário elevado", criticou Mário Frota, presidente da APDC.


Para Mário Frota, esta prática constitui "assédio", sendo entendido como "uma prática comercial agressiva", considerando-a "absolutamente ilegal". 


As chamadas de valor acrescentado são um grande negócio para os canais de televisão, para a PT, Finanças e para os bancos. Todos ganham. Os canais de televisão e a PT ganham uma percentagem das chamadas, as Finanças ganham o IVA e os bancos ganham uma taxa por cada transação que o vencedor efectua com o cartão de crédito que ganha.


Por lei, não há dinheiro nenhum em jogo, o que há é um cartão de crédito de um banco para o vencedor com o valor anunciado que só lhe permite pagar despesas durante um determinado período de tempo, pagando uma taxa elevada por cada despesa paga. Se o prazo expirar perde o saldo que lhe restar. 



Há programas cuja existência se deve apenas ao concurso, onde os apresentadores conseguem estar quarenta e cinco minutos a falar de nada, a aliciarem constantemente quem os está a ver.



Em 2013, só a SIC e a TVI ganharam mais de 70 milhões de euros com estes concursos.




Woody Allen, disse a propósito da Califórnia, que não se deita fora o lixo: "Eles reciclam-no sob a forma de programas de televisão". Este conceito infelizmente aplica-se também na Europa e particularmente em Portugal.




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terça-feira, 8 de julho de 2014

Juan Carlos: o rei de Franco

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A abdicação do rei Juan Carlos I de Espanha foi seguida de um grande número de elogios à sua pessoa e percurso político, porém muito pouco foi dito sobre a sua colaboração com o a ditadura de Franco.




Juan Carlos passa os primeiros anos da sua infância em Roma, onde o seu pai, Dom Juan, se instalou no exílio após a proclamação da Segunda Republica espanhola no dia 14 de abril 1942.


O ditador Franco cedo se interessou pelo jovem Juan Carlos. Em 1948 decide da sua vinda para Espanha para receber uma educação franquista com o objectivo de reinstalar a casa de Bourbon no trono.


Franco escolhe para sua educação várias escolas militares, seguindo de perto a sua carreira.


Em 1962, Juan Carlos, com 24 anos, casa com a princesa Sofia da Grécia. Em 1963, Franco convida-o a  instalar-se no Palácio de Zarzuela, em Madrid. Juan Carlos vive aconselhado por membros da Opus Dei.


Em 1969, Franco decide nomear Juan Carlos como o seu sucessor, quando deveria ser o seu pai Dom Juan que quando sabe da notícia retira-lhe o título de "Príncipe das Astúrias" (título da casa real de Espanha atribuído ao herdeiro aparente da coroa).


Franco decide de lhe atribuir o título de "Príncipe de Espanha", nunca antes utilizado. Juan Carlos presta sermão em julho de 1969, jurando fidelidade ao franquismo, assim como aos princípios do Movimento Nacional (partido criado por Franco) e às leis fundamentais que tinham substituído a Constituição.


Nesse mesmo ano, revela numa entrevista a uma televisão francesa: "O general Franco é de facto uma figura decisiva histórica e politicamente para a Espanha. Nos últimos trinta anos, criou as bases para o desenvolvimento do país. Para mim, é o exemplo vivo, pela sua devoção patriótica diária ao serviço da Espanha. Tenho por ele um grande carinho e admiração".


Juan Carlos substitui Franco, gravemente doente, em julho de 1974, sendo assim pela primeira vez chefe de Estado interino. Juan Carlos substitui Franco na celebração do aniversário do levantamento de 1936 contra a Republica espanhola.


Dois dias depois da morte de Franco, no dia 20 de novembro de 1975, Juan Carlos é proclamado Rei de Espanha pelas cortes franquistas.


"Juro perante Deus e os Santos Evangelhos de respeitar e de fazer respeitar as Leis Fundamentais do Reino e de permanecer leal aos princípios do Movimento Nacional".


Em nenhum momento Juan Carlos falou em democracia, nem evocou a instauração de um processo de transição democrática.


Perante a onda de manifestações e greves, apercebe-se que o franquismo não sobreviverá ao desaparecimento do seu líder. Decide então nomear Adolf Suarez, antigo presidente do Movimento Nacional, para chefe do governo.


Perante a oposição republicana, faz um pacto: abrir a via a uma transição democrata em troca do reestabelecimento da monarquia.


Em 1977 obriga o seu pai, Dom Juan, legítimo herdeiro da coroa a renunciar aos seus direitos dinásticos para legitimar o seu poder.


Juan Carlos torna-se chefe de Estado e das forças armados e garante da unidade da nação. Ratifica as leis, nomeia o Presidente do governo, pode dissolver o parlamento com o acordo do presidente do Congresso. Representa o país a nível internacional, pode declarar a guerra com a autorização do Parlamento e dispõe de imunidade total e absoluta para todos os casos de crimes e delitos inclusivo em caso de traição à Pátria.


O custo anual da monarquia eleva-se a 560 milhões. A fortuna pessoal do Rei é 2 mil milhões de euros.


Em 2002 durante o golpe de estado contra o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, a Espanha e os Estados Unidos são os únicos países a apoiar os golpistas. Em 2003, Juan Carlos, chefe das Forças Armadas, decide a participação na guerra contra o Iraque, ilegal aos olhos da comunidade internacional.







Baseado num texto de Salim Lamrani
http://www.michelcollon.info/50-verites-sur-le-roi-d-Espagne.html?lang=fr



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Israel: o crime recompensado

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O Estado de Israel que viola a carta das Nações Unidas desde há 66 anos, acabou por ser "recompensada" com a nomeação para a vice-presidência do Comité Especial das Nações Unidas para a Descolonização, que trata, entre outras coisas, dos problemas ligados aos refugiados palestinos !




Israel não tem legitimidade para investigar as suas próprias praticas ilegais. O representante do Catar e presidente do Grupo dos Estados Árabes fala desse absurdo: "Uma potência ocupante eleita para a vice-presidência de uma Comissão encarregada da descolonização, dos direitos do povo palestino e dos territórios ocupados!"


Esta nomeação é o equivalente moral de colocar o regime do apartheid d'aÁfrica do Sul encarregado de uma comissão para por fim ao racismo.


Durante essa nomeação, continuavam as forças de ocupação israelitas as demolições de casas palestinas para dar lugar à implementação de colonatos.









http://www.un.org/News/Press/docs//2014/ga11525.doc.htm

http://www.info-palestine.net/spip.php?article14635