terça-feira, 30 de março de 2010

Prevenar: eficácia limitada e númerosos efeitos secundários graves.





Mais tarde ou mais cedo o governo vai acabar por incluir a vacina Prevenar no Plano Nacional de Vacinação.

Esta vacina como veremos é muito contestável tanto do ponte de vista da sua real eficácia como do ponto de vista do numerosos efeitos secundários.




Ministério da Saúde pondera uma decisão.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, dizia no jornal Público, no dia 12 de outubro de 2008 que "a vacina antipneumocócica heptavalente Prevenar (do laboratório Wyeth), única actualmente existente no mercado, é uma vacina que visa prevenir as formas graves de doença pneumocócica, designadamente meningites em crianças e adultos". Perante a pressão dos país que queriam que a sua inclusão no Plano Nacional de Vacinação, foi criada "uma Comissão Técnica da Vacinação que analisou as características da vacina e os resultados da sua utilização".


As conclusões dessa comissão foram as seguintes:


"Em termos de características microbiológicas da vacina, verifica-se que os sete serotipos de pneumococo abrangidos por esta vacina correspondem apenas a cerca de 65% dos serotipos circulantes em Portugal".

"No que respeita aos efeitos da sua utilização, a Comissão apurou que, apesar de o número de crianças portuguesas já vacinadas com Prevenar atingir os 60%, os estudos epidemiológicos não permitem comprovar uma redução significativa dos casos de meningite pneumocócica e de pneumonias graves por pneumococo".

"Consequentemente, a vacinação universal das crianças que ocorreria com a inclusão, neste momento, da Prevenar no Programa Nacional de Vacinação, não significaria um benefício comprovado para a redução da incidência destas doenças no nosso País".

"Dado que a evolução biológica é constante e o conhecimento científico progride, no próximo ano haverá nova avaliação com vista a uma eventual pertinência da inclusão desta ou doutra vacina antipneumocócica na vacinação universal gratuita".


Em janeiro deste ano, uma nova vacina apareceu no mercado, trata-se da Prevenar 13, também da Wyeth, e perante as pressões, não tardará que esta faça parte do Plano Nacional de Vacinação.





http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/ministerio/comunicacao/artigos+de+imprensa/vacina+prevenar.htm





A realidade em números:

Alguns dados do exemplo francês permitem situar a realidade da patologia que esta vacina diz prevenir. Os dados são semelhantes ao que se passa em Portugal.



  1. Esta patologia é rara. A taxa de infecções invasivas por pneumococos é de 32/100 000 crianças com menos de 2 anos de idade e a taxa de mortalidade de cerca de 0,9/100 000 crianças.
  2. A taxa de protecção teórica como já vimos é de apenas 65%.
  3. Os serotipos da actual vacina são 13, enquanto são conhecidos actualmente mais de 90.
  4. O custo é elevado, cerca de 70 Euros multiplicados por 3 doses.
  5. Os efeitos secundários são mais frequentes do que com outras vacinas.

Efeitos secundários frequentes e graves:

A Comissão Nacional de Farmacovigilância francesa fez um primeiro balanço durante 19 meses, entre fevereiro 2003 e setembro 2004, e um segundo durante 39 meses entre outubro 2004 e dezembro 2009.



Na primeira fase, foram constatados efeitos secundários graves em cerca de 10/100 000 crianças vacinadas. A redução da incidência de infecções invasivas foi no mesmo periodo de 6/100 000 crianças. Isto significa que uma criança vacinada tem um risco de 27% superior de ter um efeito grave com a vacina do que ser protegido pela Prevenar.



Na segunda fase foram observadas 221 reacção após a vacina Prevenar em 7,8 milhões de doses administradas. Esses efeitos secundários foram:

19% de meningites pneumocócicas, 12% de convulsões, 9% de febre, 10 casos de purpura trombopénica, 6 casos de purpura vascular, 4 casos de doença de Kawasaki e 11 casos de morte subita.


Eficácia limitada:

O problema com a Vacina Prevenar, foi que a baixa da incidência de infecções invasivas por pneumococos foi limitada devido ao aparecimento de serotipos não protegidos pela vacina.

Assim em França, a incidência de meningites por pneumococos de serotipos contidos na vacina diminuiu de de 2,3 para 1,1 casos por 100 000 entre 2005 e 2006 (-54%), mas no mesmo periodo os casos de meningites por pneumococos não presentes na vacina, aumentou de 3,1 para 4,9 por 100 000 (+56%). Mesma coisa para os casos de infecções bacterianas por pneumococos de seroptipos da vacina passou de 7,8 para 5,3 casos por 100 000 (-32%), enquanto que os casos das mesmas infecções por serotipos não contidos na vacina passou de 9,4 para 12,2 casos por 100 000 (+31%).



Resumindo, apesar da vacinação em massa, não houve nenhuma redução significativa do número de infecções invasivas por pneumococos nas crianças com menos de 2 anos de idade.



Se é verdade que esta vacina evita algumas mortes, a mesma vacina poderá ser responsável do mesmo número de mortes por efeitos secundários.



Uma decisão de vacinação em massa tem de ter em conta estes dados, e ponderar a longo prazo as consequência do aumento de certos serotipos por vezes mais virulentos não incluídos na vacina.




http://pharmacritique.20minutes-blogs.fr/archive/2009/06/09/gardasil-et-prevenar-de-l-urgence-d-une-reflexion-ethique-su.html#more


http://questionvaccins.canalblog.com/archives/2009/04/19/13435640.html


http://questionvaccins.canalblog.com/archives/2008/01/30/7753944.html

sexta-feira, 26 de março de 2010

Meningite: vacinar ou não vacinar?

A meningite é uma doença rara, mas por vezes mortal. Faz parte do Plano Nacional de Vacinação, e portanto é gratuita. A questão que se põe para qualquer pai é se deve ou não acrescentar para o seu filho mais uma vacina, quais os seus efeitos secundários e qual a sua eficácia.







Meningite: uma doença rara.


O nosso Plano Nacional de Vacinação prevê para combater a meninigite meningocócica, uma primeira dose aos 3 meses, uma segunda aos 5 meses e uma terceira aos 15 meses. Sabendo que uma criança irá receber umas trinta vacinas durante a sua infância, será que devemos sobrecarregar o seu frágil organismo com mais uma vacina?



A maioria das meningites é de origem viral (70 a 80%), as restantes são de origem bacteriana. Seis germes são responsáveis pela grande maioria das meningites bacterianas, destes, o meningococo é responsável por 30% dos casos. Este último divide-se em vários grupos, sendo o mais frequente o B (60%), seguido do C (35%), seguidos do A, Y e W135. Actualmente apenas dispomos de uma vacina par o C, em Portugal é comercializada com o nome de Meningitec (dos laboratórios Wyeth) e Neisvac-C (da Baxter).



Segundo dados da Direcção-Geral da Saúde, o número de casos de meningites em Portugal ronda os 70 a 80 casos por anos. É portanto uma doença rara no nosso país. Atinge sobretudo as crianças com menos de 5 anos, com um pico de incidência no primeiro ano de vida. Esta doença é cíclica, com preferência pelos primeiros meses do ano.



A meningite tinha uma taxa de mortalidade da ordem dos 50%, mas actualmente é inferior a 10%, graças a diagnósticos mais precoces e terapêuticas mais eficazes. Além do problema da letalidade, um número significativo de indivíduos fica com sequelas da doença.





Efeitos secundários da vacina.


Todas as vacinas ou medicamentos têm efeitos secundários, e a vacina contra a meningite não foge à régra. Uma vacinação em massa parte do pressuposto que o seu benefício é superiore aos prejuízos. Mas quanto mais rara é uma doença, mais os efeitos secundários de uma vacina se torna maior que os seus potenciais benefícios.



No caso da vacina contra a meningite, temos oficialmente 0,03% de efeitos secundários por dose. Não esquecer que menos de 10% dos efeitos secundários de um medicamento é que é efectivamente declarado. Além dos habituais efeitos secundários locais: dor e eritema, temos convulsões e vertigens (22%), febre e dores de cabeça (17%), mas também reacções anafiláticas, angioedemas, broncoespasmos, purpera, apneia,... De assinalar várias mortes, que como já é habitual, não foram possíveis atribuir à vacina, apesar de terem acontecido após a vacinação e em crianças sem patologia prévia, como no caso da morte súbita do lactente.



De assinalar ainda que, a protecção conferida pela vacina é de apenas um ano para as crianças vacinadas antes dos cinco meses de idade e para as crianças com cinco anos de idade a vacinação confere apenas 40% de protecção.





O exemplo inglês e os paradoxos da vacinação.



No Reino Unido, em 1999 a meningite era mais elevada do que nos restantes países europeus, 998 casos com 150 mortes. O governo britânico decidiu vacinar todas as crianças entre 2 meses e 20 anos de idade. Num anos 15 milhões de crianças foram vacinadas, ou seja 85% das pessoas previstas.


Os resultados foram espectaculares, em 18 meses o número de meningites do tipo C tinha baixado de 80%!



O problema é que paralelamente, o número de caso de meningite do tipo B tinha, ele, aumentado e que o total de mortes por meningite, sumando todos os tipos de meningococos, não tinha baixado. Pensa-se que o aumento das meningites tipo B é devido à pressão de selecção exercida pela vacina nos tipos de meningites não incluidos na vacina (é o chamado switch capsular).






http://pharmacritique.20minutes-blogs.fr/archive/2009/07/20/les-raisons-de-ne-pas-suivre-les-recommandations-vaccinales.html



http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/arquivo/2007/7/ddo.htm

quarta-feira, 24 de março de 2010

A eficácia dos antidepressivos é igual à do placebo.



Os antidepressivos da "geração Prozac" foram saudados como drogas milagrosas e propiciaram gigantescos lucros para a indústria farmacêutica.


Mas um novo e controverso estudo alega que esta geração de drogas, que em grande parte substituiu medicamentos mais antigos na década de 1990, têm efeitos pouco positivos para a grande maioria dos doentes que os usam.





Os antidepessivos têm resultados sobreponíveis ao do placebo!


Estes medicamentos são conhecidos como sendo do grupo de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS).

Muitos artigos publicados têm demonstrado que ISRS ajudam a aliviar a depressão. Mas os ensaios clínicos em que drogas falharam por vezes não aparecem nas revistas, um fenômeno chamado viés de publicação.

Estes ensaios negativos, entretanto, são enviados ao Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, e esta Agência também os avaliam quando da análise para a liberação de um novo medicamento.Irving Kirsch psicólogo da Universidade de Hull, no Reino Unido, usou dados do FDA para melhor avaliar os verdadeiros benefícios dos antidepressivos.Usando o Freedom of Information Act, Kirsch obteve do FDA a análise dos resultados para todos os ISRS aprovados.

Os antidepressivos de nova geração, como o Prozac e o Seroxat, não são mais eficazes do que placebos (comprimido de açucar) na maioria dos doentes de depressão, segundo um estudo da universidade britânica de Hull divulgado no dia 26 de fevereiro de 2008. Um estudo publicado em 2002 já tinha chegado às mesmas conclusões e foi muito criticado na altura. Este novo estudo, da autoria de Jay Fournier, publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA), veio confirmar o anterior.

"A diferença na melhoria entre os pacientes que tomam placebos e os que tomam antidepressivos não é significativa. Isso significa que as pessoas que sofrem de depressão podem passar melhor sem um tratamento químico", explicou o professor Irving Kirsch, do departamento de psicologia da Universidade de Hull.

Kirsch faz parte de um grupo de especialistas que analisou os dados publicados e não publicados - mas colocados à disposição de organismos certificados - relativos a 47 ensaios clínicos de inibidores selectivos da recaptação da serotonina (ISRS), ou seja, antidepressivos da terceira geração.


Um negócio de milhões...


Estão neste caso os princípios activos de alguns dos antidepressivos mais prescritos como a fluoxetina (Prozac, da Lilly), venlafaxina (Efexor, da Wyeth) e a paroxetina (Seroxat, da GloxoSmithKline) .

Segundo o estudo, publicado pela revista especializada Public Library of Science-Medicine, os ISRS não são mais eficazes que placebos nas depressões ligeiras e na maior parte das depressões graves.

No caso das depressões muito graves, a diferença de resposta deve-se mais a uma menor reacção dos pacientes ao placebo do que a uma reacção positiva aos antidepressivos, segundo o estudo.

"Tomando por base estes resultados, parece não haver justificação para a prescrição de tratamentos antidepressivos, com a excepção das pessoas que sofrem de depressão muito grave, a menos que os tratamentos alternativos não tenham produzido melhoras", explicou Irving Kirsch.

O director-adjunto do Real Colégio de Psiquiatria, de Londres, professor Tim Kendall, considerou por seu turno estes resultados "fabulosamente importantes" e sublinhou "o perigo" de a indústria farmacêutica não publicar o conjunto dos dados à sua disposição.

Não existe qualquer prova científica que as pessoas deprimidas sofram de uma carência de serotonina, ou de qualquer outra disfunção ligada a esta substância e que precisam de um medicamento que tenha uma acção sobre ela para que passam a funcionar normalmente.
Antes da chegada dos ISRS no mercado, considerava-se que a depressão atingia 100 pessoas em cada milhão. Depois do lançamento desses medicamentos, calcula-se que são 50 000 a 100 000 pessoas por cada milhão, ou seja uma taxa 500 a 1000 vezes superior.
O facto é que antes da enorme publicidade promotora dos ISRS, considerava-se que a depressão era um problema que na maioria das vezes podia ser resolvido sem tratamento. Hoje em dia a pressão junto dos médicos para os prescrever é de tal ordem que quem não o fizer corre o risco de ser considerado negligente e até pode ser atacado no plano jurídico.
Após terem examinado mais de 200 estudos, o American College of Physicians, publicou em 2008 nos Annals of Internal Medicine, um artigo que além das depressões graves, os ISRS, chamados antidepressivos de segunda geração, não demonstraram qualquer vantagem em relação aos de primeira geração a não ser no custo mais elevado e nos numerosos efeitos secundários.
Em Portugal, a venda de antidepressivos aumentou mais de 80% nos últimos 6 anos. As vendas, só nos Estados Unidos, representam 7 mil milhões de Euros.


terça-feira, 23 de março de 2010

A indústria farmacêutica e os USA exportam as suas loucuras...



A quinta versão do Manual de Diagnóstico e Estatística das Doenças Mentais (DSM-V) irá ser publicado em 2013. A lista das doenças mentais, desta "biblia" da psiquiatria, tem vindo a ser aumentada pouco a pouco, ao ponto que hoje em dia, seguindos estes critérios, metade da população está mentalmente doente.

Patrocinada pela indústria farmacêutica, desejosa que toda gente tome medicamentos, são a próprias emoções humanas "normais" que estão a ser tidas como patológicas.






Alguns exemplos de "loucuras":


Gosta de sexo? Talvez sofra de "hipersexualidade". O seu fillho tem acessos de raiva três ou mais vezes por semana? Então sofre de "grave desregulamento do humor". Gosta de beber café? Cuidado porque talvez sofra de "adição".


Também tem a possibilidade de prever se o seu filho irá sofrer de uma qualquer alteração psiquiatrica na idade adulta, através do "sindrome do risco psicótico", isto quando estudos mostram que 70% dos adolescentes qualificados de risco, não desenvolvem qualquer alteração na idade adulta.

Em contrapartida aparece o "transtorno parafílico coercivo" que afecta as pessoas que se sentem atraídas ou procuram a estimulação sexual forçando a relação sexual em três ou mais pessoas sem o seu consentimento. Em tempos, isto chamava-se violação! Esta mistura entre as categorias jurídicas e o diagnóstico psiquiátrico não parece muito saudável. De sublinhar que, além da curiosidade do número de pessoas aqui requerido, a parafilia só por si não necessita de tratamento enquanto que o facto de se acrescentar o termo "transtorno" já faz com que o necessite.

Na altura em que os homosexuais já conseguiram sair da lista de doenças mentais, e em que os assexuados estão prestes a sair, os hipersexuais estão quase a entrar.

Os problemas que se colocam aqui é a necessidade de medicalizar as emoções e de saber quem decide do limite entre doença e normalidade.

Com mais de 300 doenças no antigo DSM (IV), calcula-se que com tais critérios 50% da população ocidental sofre de uma qualquer doença psiquiátrica. Este novo DSM (V) vai acrescentar ainda mais doenças. Um dia, vamos chegar ao ponto de ter de tratar a agora minoria da população antigamente tida como "normal".





O ideal, era sermos todos "loucos".


Tudo isto não é inocente. O DSM é editado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA) e os estudos estão a cargo do American Psychiatric Institute for Research and Education (APIRE) dependente da APA. O financiamento desse instituto é feito pela indústria farmacêutica como a Jansen, Eli Lilly, Astra Zeneca, Pfizer, Merck, ... os mesmo laboratórios que mais tarde vão comercializar os medicamentos com vista ao tratamento de todas estas alterações psiquiátricas.

O próprio autor principal do DSM, nos últimos três anos recebeu dinheiro de 13 dessas empresas. 95 dos 170 especialilstas que elaboraram o DSM-IV tinham ligações com vários laboratórios farmacêuticos e 100% dos especialistas que chefiavam os grupos de trabalho referentes a "alterações do humor" e "alterações psicóticas" tinham ligações financeiras com essas mesmas firmas.

Justamente são essas patologias que mais necessitam de psicotropos e antipsicóticos antigindo as vendas dos primeiros 20 mil milhões de Dólares anuais e os segundos 15 mil milhões de Dólares. Quanto maior for a lista de doenças consideradas patológicas maior serão os benefícios.







segunda-feira, 22 de março de 2010

Fosamax: aumenta o risco de osteonecrose dos maxilares e de...fracturas!

Apresentado em 1996 em simultâneo por três cadeias de televisão americanas como sendo um verdadeiro milagre no tratamento da osteoporose, o "Fosamax" da Merck, depressa atingiu 3 mil milhões de Dólares de vendas anuais.


Após milhões de tratamentos prescritos, cada vez mais, esta classe de medicamentos revelou efeitos secundários graves e, irónicamente esta substância destinada a prevenir as fracturas, aumenta o risco de... fracturas!








Osteonecrose dos maxilares provocada pelos bifosfonatos.


O Fosamax não é o único em causa, na realidade o mesmo acontece com a toda esta classe terapêutica, a dos bifosfonatos. Além do ácido alendrónico, e citando apenas os mais conhecidos temos: Fosavance, Bonviva, Aclasta e Actonel.


Esttes medicamentos, podem provocar dores musculares e articulares, geralmente reversíveis, os efeitos secundários graves como: osteonocrose dos maxilares e fracturas atípicas.


O laboratório Merck foi levado a julgamento, em Nova Iorque nos Estados Unidos, com o Fosamax a ser acusado de ter provocado mais de 850 osteonecroses dos maxilares. O tribunal terá de se pronunciar se o Fosamax está na origem desta doença.
Apesar da Merck já ter recentemente aceite que a incidência da osteonecrose dos maxilares em doentes medicados com Fosamax é de 2 a 4 doentes por 100 000, muitos estudos revelam números bastante mais alarmantes. Um estudo autraliano chegou a valores de incidência de 1 caso em cada 8 500 a 2 200 doentes.


O advogado das vítimas, Tim O'Brien, acusa igualmente a Merck de "ter aumentado o potêncial mercado da osteoporose, baixando o limite normal da densidade ossea para o qual um tratamento medicamentoso era necessário".



O Fosamax aumenta o risco de...fracturas!


No início da sua comercialização, a Merck apresentou o Fosamax como sendo capaz de reduzir para metade o risco de fracturas. Uma organização independente de médicos, a Cochrane, após ter analizado o conjunto da literatura médica mundial sobre o assunto, chegou a conclusões bem diferentes: a redução do risco de fracturas em termos absolutos será de apenas 1 a 2%.


Mais grave ainda, é que um medicamento que foi comercializado para prevenir as fracturas, aumenta o número de fracturas atípicas.

Estas são fracturas que surgem com "baixa energia", isto é, sem um factor traumático directo, por exemplo na diáfise do fémur. Pensa-se que a suspensão da reabsorção ossea promovida pelos bifosfonatos, e a consequente suspensão da remodelação do osso, conduza à diminuição das reparações naturais das microfissuras e os microtraumatismos. Esta mudança conduz a alterações das propriedades biomecânicas do tecido ósseo e à sua fractura mesmo quando submetido a fracas pressões.

Estas fracturas atípicas já foram constatadas em vários estudos publicados em revistas como: Journal of Orthopedic Trauma, Journal of Bone and Joint Surgery ou Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism. São fracturas de um tipo particular, apenas estão presentes em menos de 2% da população em geral, e que poratanto não toma Fosamax, são transversais e localizam-se numa zona hipertrófica do cortex diafisário do osso. Estas não são exclusivas da medicação com Fosamax, encontram-se em todos os doentes tratados com bifosfonatos.



Resumindo, os bifosfonatos deveriam ser reservados apenas para tratar doente com tumores osteolíticos, doença de Paget, necrose óssea asseptica e osteoporose avançada.

Não havendo factores de risco evidentes, uma densitometria óssea não se justifica. Ainda menos se justifica a medicação sistemática com bifosfonatos assim que surgem valores abaixo dos valores de referência, sabendo que esses valores tidos como normais nas densitometrias ósseas referem-se a adultos jovens e não têm em conta a diminuição natural da massa ossea com o envelhecimento.




quarta-feira, 17 de março de 2010

Pré-diabetes, pré-hipertensão, pré-osteoporose, pré....




Para ganhar novos mercados, os laboratórios farmacêuticos inventaram recentemente os pré-doentes. Um pré-doente é uma pessoa de boa saúde mas que estará em risco de se tornar doente.


A solução para não ficar doente é, claro tomar medicamentos. Se é verdade que existem certos factores de risco evidentes, muitos são mais que duvidosos.







Os inventores de doenças.

A estratégia é sempre a mesma, a indústria farmacêutica patrocina estudos clínicos, paga a um grupo de especialistas para desenvolver o conceito de que baixando um determinado valor clínico uma pessoa está em risco de desenvolver uma determinada doença, para a qual um medicamento dessa mesma firma deve ser administrado. Essa informação é amplamente divulgada nos meios de comunicação social e juntos dos médicos que são levados a acreditar nas suas conclusões. É o chamado comércio do medo.


Essa pessoa em perfeita saúde torna-se, através dos valores de diagnóstico fora da média estabelecida, num doente ou pelo menos num doente potêncial, um "pré" qualquer coisa. Foi assim que os valores normais do colesterol se tornaram cada vez mais baixo, nem sempre baseados em estudos conclusivos.



Esta moda do "pré" fez com que fosse definido, em 2003, nos Estados Unidos, que uma pessoa que tenha uma pressão arterial entre 120 e 139 mmHg para a sistólica e entre 80 e 89 mmHg para a distólica, era uma pré-hipertensa, necessitando de uma medicação preventiva. Da mesma forma uma pessoa que tem uma glicémia em jejum entre 100 e 125 mg/dl, é um pré-diabético. Mais recentemente a necessidade da alargar o mercado da medicação para a osteoporose, fez com que valor entre -1 e -2,5 em relação ao desvio standard, uma pessoa, habitualmente mulher, seja considerada de pré-osteoporose ou osteopénia.




O medo das fracturas osseas...



No caso da osteoporose, a densidade ossea é medida através duma densitometria, esta tem os seus valores definidos como normais em referência a uma população jovem adulta. Ora, como é sabido, esse valor decresce naturalmente com a idade, por conseguinte, é normal encontrar valores inferiores em pessoas de idade, sem que isso signifique risco ou doença.


A necessidade de promover a substituição hormonal na mulher após a menopausa, teve nos anos 1990 uma nova indicação, a osteoporose. Foi então publicitada a ideia que todas as mulheres que não tomassem estrogénios estavam condenadas a um futuro sombrio com fracturas por vezes mortais.


O problema é que depressa se constatou o aparecimento de doenças graves provocadas pelo uso massivo de estrogénios, em particular um aumento de 10% da frequência do cancro da mama por cada ano de tratamento. Esta desilusão depressa foi substituida pelos medicamento que intervinham na remodolação ossea, como os bifosfonatos, por exemplo o "Fosamax", não isento de efeitos secundário por vezes graves.


Sem querer entrar muito em detalhe, as células osseas são formadas por osteoclastos que destroem os ossos e osteoblastos que reconstroem os ossos. Deste permanente equilíbrio resulta um osso com massa suficiente mas também com uma estructura arquitectónica sólida.Apesar desta remodelação decrescer com a idade, esta vai muito para além dos 50 anos de idade.


Mas o principal problema é que, se é verdade que conseguimos hoje em dia medir a densidade ossea, não medimos a sua adequada estructura arquitectónica. Ora o que fazem os bifosfonatos, juntamente com a ingestão de cálcio, é promover o aumento da massa ossea independentemente da sua estructura.




A obcessão do consumo de cálcio.


A ingestão suplementar de cálcio, tão na moda (com leite e vário alimentos enriquecidos com esse elemento químico), serve apenas para produzir enormes benefícios às empresas que os promovem.


Sabe-se actualmente, que o aumento da ingestão de cálcio não reduz o risco de fracturas, trata-se apenas de um mito bem implantado. Dados recentes até sugerem que o aumento da sua ingestão promove um risco maior de sofrer uma fractura.


Os países em via de desenvolvimento, onde a ingestão de derivados de leite é menor, têm uma menor incidência de fracturas osseas. As mulheres asiática têm uma densidade ossea inferior às europeias, e no entanto têm uma taxa de fracturas muito mais baixa.


Seja como for, a ingestão de cálcio tornou-se, graças às multinacionais que o produzem, uma obcessão nos países occidentais. Muitas donas de casa quando vão ao supermercado preferem comprar leite enriquecido em cálcio em vez do leite normal que já de si é naturalmente rico em cálcio. Um leite enriquecido contém 35% mais cálcio do que um normal, mas um litro de leite noraml já contém, por si só, 1000 mg de cálcio. O valore diário recomendado é de cerca de 1000 mg diários, Mas não é necessário beber um litro de leite por dia, a fruta e os legumes são ricos nesse elemento, e a alimentação occidental é suficiente para ter valores de ingestão normais.




Podemos assim constatar que actualmente é relativamente fácil fabricar uma doença baixando os níveis considerados normais. Não está aqui em causa o interesse de prevenir os factores de risco de uma determinada patologia, trata-se sim de ponderar o benifício-risco da tomada sistemática de medicamentos para hipotéticamente prevenir esta ou aquela doença.




O exercício físico 2 ou 3 vezes por semana aumenta a massa ossea anualmente em cerca de 5%, e não estamos a falar de ir obrigatóriamente para o ginásio com 60 ou 70 anos de idade, estamos a falar sim, de caminhar uma ou duas horas por semana, e porque não usar em casa uns pesos durante uma ginástica moderada. Tem várias vantágens: liberta o espirito, melhora a auto-estima, melhora as artroses e sobretudo diminui as fracturas, fabricando um osso "verdadeiro", estructuralmente sólidos e sem os efeitos secundários dos medicamentos.



http://www.minerva-ebm.be/fr/article.asp?id=1526


segunda-feira, 15 de março de 2010

Diovan e Starlix são medicamentos ineficazes



O "Starlix" (nateglinida do laboratório Novartis, licenciado à Jaba) e o "Diovan" (valsartan também do laboratório Novartis) não têm qualquer eficácia na prevenção das doenças para os quais são prescritos.

Estas conclusões foram divulgadas a semana passada na 59ª conferência anual do American College of Cardilogy em Atlanta no USA e publicadas no New England Journal of Medicine.














A hiopótese à partida era sedutora, será que podemos controlar e reduzir o aparecimento da diabetes e o aparecimento de complicações cardiovasculares, tratando precocementes estes doentes com o "Starlix" (nateglinida) e/ou com o "Diovan" (Valsartan)?


Este estudo chamado de Navigator, foi efectuado em 9 306 doentes, durante 5 anos e em 40 países. Os doentes foram separados em 3 grupos: tratados com Starlix contra placebo, tartados com Diovan contra placebo e com os dois medicamentos.


Foram estudadas a morbilidade e mortalidade, quanto ao risco de desenvolvimento da diabetes e na redução do risco cardiovascular (morte, AVC, infarto do miocardio,...).

Conclusões:

- O Diovan não reduz o risco cardiovascular,

- O Starlix não reduz a incidência da diabetes recente, nem os episódios cardiovasculares.


Devemos salientar mais uma vez que a redução do peso corporal, mesmo que seja de apenas 5%, produz óptimos resultados na diabetes e doenças cardiovasculares. Alguns estudos sugerem uma diminuição desses episódios de 60%.






quinta-feira, 11 de março de 2010

Camarões químicos !



Nos últimos 10 anos o consumo de camarão aumentou 300% nos Estados Unidos, Europe e Japão. Mais de 4 milhões de toneladas são vendidos cada ano no mundo.



Para satisfazer um tal mercado, cerca de 90 % do camarão consumido é produzido em aquacultura na qual são aplicados um quantidade incrível de produtos químicos.






Em valor, o camarão é o primeiro produto maritimo que circula nos mercados internacionais, à frente do atum e do salmão. 90% da produção de camarão situa-se na Asia. A Tailândia é o principal produtor, mas também existe uma importante produção nas Filipinas, na Indonésia, na India, no Vietnam e na China. A restante produção vem do Equador, do Peru e do México.



Químicos e mais químicos...


Em setembro de 2002, foi descoberto nitrofurano (um antibiótico) em camarão proviniente da Tailândia com destino ao Reino Unido. Em setembro de 2004, 9% das amostras de camarão importodo analisadas na Luisiana, nos Estados Unidos, continham outro antibiótico, o cloranfenicol. Estes e outros antibióticos são administrados aos camarões para prevenir as infecções frequentes devido ao número elevado de animais num pequeno espaço.


Para aumentar o tempo de conservação são adicionados benzoatos, sorbatos e outros sulfitos. Cloro, insecticidas, pesticidas (paratião, malatião,...), fungicidas, algicidas, são alguns dos químicos utilizados para combater e prevenir os vários agentes infecciosos susceptíveis de atingir a aquacultura.


Também são usados corantes para conferir aos camarões uma cor mais atraente, conservantes para não escurecerem e lavados com lexívia antes de serem exportados para matar qualquer eventual bacilo.



Camarão e ecologia.

Além destas substâncias serem potencialmente perigosas para a saúde humana, a aquacultura não parecer ser uma solução ecológicamente sustentável dado que são necessárias para a alimentação em média 90 toneladas de peixe, sob a forma de farina, para produzir 30 toneladas de camarões.

As instalações de aquacultura de camarão destroem grandes superficies de mangal que representa um ecosistema único de transição entre os ambientes terrestre e marinho. A Tailândia o primeiro produtor mundial de camarão já terá destruido 70% das suas florestas de mangal.


Cada hectare desta aquacultura produz 8 toneladas de detritos por ano, a poluição é tal que na sua proximidade a água potável é imprópria para consumo ou para a rega.



Camarão selvagem versus aquacultura.

A solução seria comer camarões selvagens? Do ponte de vista alimentar sem dúvida que essa será a solução, mas do ponto de vista ecológico não.

Sem contar com o facto que, actualmente a pesca não é suficiente para abastecer o mercado mundial, a pesca de camarão é das mais destructivas. Por cada quilo de camarão pescado, 10 a vinte quilos de tartarugas, tubarões e inúmeros peixes sem valor comercial são sacrificados e atirados ao mar.

Uma solução seria a produção de camarões em aquaculturas biológicas com impacto reduzido nas florestas de mangal, produzidos em tanques com um número limitado de animais, sem o recurso a químicos e alimentados com farinhas de peixe (a de origem em animais terrestres é proibida) e vegetais de origem controlada (sem OGM).

Apesar de mais caros e da dificuldade em controlar todos os passos desta aquacultura em certos países em via de desenvolvimento, estas poderão ser as condições para continuar a desfrutar saudavelmente do marisco que comemos.




http://www.mescoursespourlaplanete.com/Produits/Produits_de_la_mer__65/Crevettes_3.html

http://www.passeportsante.net/fr/Actualites/Nouvelles/Fiche.aspx?doc=2004092101

No seu prato, um bife rico em substâncias químicas...

Nos Estados Unidos, 16% dos antibióticos são utilizados para tratar as pessoas, 14% para tratar o gado doente, e os restantes 70%?... São utilizados no gado saudável!

Mesma coisa no Canada onde estes produtos assim como certas hormonas são autorizadas.

Na União Europeia, as hormonas estão proibidas no sector pecuário desde 1988 e os antibióticos desde 2006. Podemos comer o nosso bife descansados?









Bifes com antibióticos...



Os antibióticos são utilizados desde há mais de 60 anos na pecuária para o tratamento dos animais doentes (10%), na prevenção de doenças (50%), mas também como estimulador do crescimento (40%). Hoje em dia, os produtores utilizam 20 vezes mais antibióticos do que há 30 anos.

Alguns desses antibióticos são produtos espantosos: quando administrados aos animais, estes necessitam de comer menos e o seu peso aumenta. Em pequenas doses, os antibióticos inibem o metabolismo da flora intestinal e estes consomem menos nutrientes e produzem menos moléculas tóxicas, com grande vantagens financeira para os produtores.




Resistência aos antibióticos.



Tudo parecia ideal, tanto para o dono do animal, como para o consumidor final que podia assim ter um produto mais barato. Mas o problema é que as bactérias dos animais, como as dos seres humanos aprendem a resistir aos antibióticos.


Os genes bacterianos resistentes, sob a forma de plasmidos, chegam ao nosso organismo através da cadeia alimentar. Cada vez mais utilizamos novas moléculas de antibióticos muitos próximas das usadas na pecuária.


Desta resistência cruzada, surgem infecções humanas cada vez mais difíceis de tratar com os antibióticos de que dispomos. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 1977 que "a utilização massiva de antibióticos nos animais deveria ser interrompida imediatamente, e que esta tinha conduzido ao enfraquecimento dos humanos, perante agentes infecciosos que se tornaram resistentes aos antibióticos".


Toda produção animal está sujeita à administração de antibióticos: vacas, porcos, galinhas, peixes e até abelhas. Os próprios vegetais são frequentemente contaminados pelas fezes dos animais usadas como adubo pelos agricultores.




Bifes com hormonas...



As hormonas de crescimento como o estradiol, a progesterona ou a testosterona, permitem que uma vaca, por exemplo, cresça 5 a 15% mais rapidamente. Devido ao stress dos animais, criados em instalações exíguas, até ansiolíticos lhes são administrados.







As máfias das substâncias proibidas...



Nos Estados Unidos e no Canadá, todos estes produtos que acabamos de ver são autorizados. Na União Europeia não.

Mas para contornar esta situação existem já ácidos orgânicos, probióticos e fitases, que apesar de mais caros, permitem os mesmos resultados. Temos ainda a fiscalização nem sempre eficiente, mas sobretudo os mercados paralelos de antibióticos e hormonas organizados em verdadeiras máfias.





Cada vez mais, são utilizados cocktais de hormonas naturais praticamente indetectáveis nas análises. A constatação da existência de cada vez uma maior concentração de hormonas naturais nas urinas e excrementos dos animais é mais que suspeita.
A tentação é grande para o dono de uma exploração pecuária de ver o seu rendimento aumentar significativamente com a utilização destes produtos. Rapidamente, várias rede mafiosas tomaram conta desta oportunidade de mercado. Este tráfico inclui farmácias e veterinários.



http://www.ass-ahimsa.net/vege2.html

http://www.larecherche.fr/content/recherche/article?id=17300

http://www.rtbf.be/info/societe/consommation/viande-la-mafia-des-hormones-toujours-bien-active-en-belgique-156861

http://michelbouffioux.skynetblogs.be/post/3737325/hormones-140906

terça-feira, 9 de março de 2010

Aquacultura: químicos no seu prato...



Desde os anos de 1970, que a aquacultura tem uma expansão mundial galopante. Actualmente a sua taxa de crescimento anual é de 7%, superior a qualquer outro sector de produção animal.


50% do peixe consumido no mundo provém da aquacultura, o camarão atinge mais de 90%.


Sendo Portugal o terceiro maior consemidor mundial de peixe, a maior parte das pessoas não faz ideia dos químicos que consome regularmente nos de peixes de aquacultura.




Um peixe cheio de químicos no seu prato...



O salmão de aquacultura representa na Europa 700 000 toneladas anuais. Para se chegar a esse número, a sua alimentação é constituida de farinas de peixe, adicionada de vitaminas A e D, mas também de corantes químicos e de antibióticos.


A revista científica "Science", publicou um artigo de investigadores canadianos e americanos que chegaram à conclusão, que estes salmões também continham grandes quantidades de PCB, DDT, HCB, dióxinas, dieldrin, lindane, e outros pesticidas.


De facto, para lutar contra certas doenças, que surgem com frequência nos sobrelutados tanques de aquacultura, os pesticidas são habitualmente utilizados. Além dos antibióticos e vacinas, também é administrado formol ou verde de malaquite. Claro que todos estes químicos estarão mais tarde presentes no seu prato.




Aquacultura e a ameaça ambiental.



Se em termos de saúde pública, as perpectivas não são animadoras, em termos ambientais as notícias não são melhores. Todos estes produtos químicos vão se espalhar no mar circundante, afectando outras espécies.


Por cada tonelada de peixe produzido em aquacultura, vão ser gerados 110 kg de azoto, 12 kg de fósforo e 450 kg de carbono. Os quimícos provenientes da aquacultura vão condicionar a vida de outras espécies, e as fugas de alguns peixes de cultura vão produzir cruzamentos com espécies selvagens dando origem a alterações genéticas imprevisíveis.


Paradoxalmente a aquacultura que era vista como um meio de poupar as reservas pesqueiras, não é tão linear. Cerca de 30% do alimento nescessário ao crescimento dos peixes de aquacultura provém de outras espécies de peixes selvagens, e para produzir um quilo de salmão de cultura, são necessários 7 kg de farina de peixe selvagem!





Nem sempre é fácil, na banca, reconhecer uma dourada de aquacultura de uma dita do "mar", mas quem já provou as duas nota bem a diferença. Calcula-se que perto de 25% das etiquetagens são fraudulentas, fazendo passar por selvagens peixes de aquicultura, sendo este valor superior no peixe já preparado, como por exemplo sob a forma de filetes.



Mais assustador ainda é que certos científicos vêem na produção de peixes genéticamente modificados, a possibilidade de ir além da selecção natural. Sonham com peixes OGM que permitiriam obter espécies com crescimento mais rápido e consequantemente mais lucrativo.









quarta-feira, 3 de março de 2010

A União Europeia cede à pressão dos OGM.



Após 12 anos sem qualquer autorização, a Comissão Europeia cedeu à pressão das multinacionais agroalimentares e pertimite o cultivo de uma batata trangénica e autoriza a venda na UE de três milhos geneticamente modificados.





Milhões e pressões dos OGM.



A batata Amflora é um OGM (organismo geneticamente modificado) da empresa alemã BASF que tinha ameaçado deslocalizar as suas empresas da Europa, caso esta não fosse autorizada na União Europeia até finais de fevereiro 2010. BASF pensa assim obter lucros anuais de 40 milhões de Euros.


O presidente da Comissão Europeia tinha uma tarefa difícil, depois de uma votação no ano passado, ter obtido a não autorização de novas culturas OGM com votos de 22 países. Com efeitos os governos europeus não queriam opor-se à opinião pública que vê com muita apreensão os produtos OGM. A saída do comissário Stavros Dimas, opisitor da cultura de OGM na Europa, facilitou a tarrefa de Durão Barroso.




Uma estranha batata...



A batata OGM Amflora permite a obtenção de uma taxa de amido mais elevada sob a forma de amilopectina. Esta tem uma enorme aplicação na indústria do papel e textil por exemplo, além do sector agro-alimentar. Também esta autoriza para a alimentação animal. Esta batata OGM contem um gene que lhe confer ristência a um antibiótico, a Kanamicina. Este poderá não ser eficaz quando for necessário a sua utilização para o tratamento da tuberculose. Na Alemanha, um projeto do Emsland Group e do Europlant consegui criar por metodos de selecção natural uma batata com o mesmo teor de amilopectina, sem os risco do OGM.



Os milhos OGM autorizados são da empresa Monsanto, e são os: MON863xMON810, MON863xMON603 e MON863xMON810xMON603. Estes milhos OGM são obtidos por cruzamento dos MON863, MON603 e MON810 que já estavam autorizados para a alimentação na União Europeia.








Ilusões e perigos dos OGM.

Maior rentabilidade para os agricultores, necessidade de menos pesticidas, muitos são os benefícos dos OGM (organismos geneticamente modificados) apresentados pelas grandes empresas agro-alimentares, e tudo isto sem qualquer problema para a saúde. Mas a realidade é bem diferente e assustadora...





O mito da rentabilidade dos OGM:



Com uma planta OGM resistente a um determinado herbicida (vendido pela mesma empresa que vende as sementes), o agricultor pode utiliza-lo durante todo o desenvolvimento da planta, dado que esta lhe é resistente. Na prática, isto faz com que este utilize geralmente uma maior quantidade de herbicida. Portanto o mito vendido pelas multinacionais de que uma menor quantidade de quimico é aplicada não corresponde à verdade. Existe o risco de resistência, que frequentemente se desenvolve com certas ervas daninhas. Certos insectos também vão desenvolver alguma resistência, além de outros insectos morrerem, como as joaninhas, sendo preciosos aliados naturais na luta contra certas pragas.





Perigos para a saúde:



A inocuidade dos OGM para a saúde humana ainda não foi demonstrada. Em contrapartida, o risco alérgico alimentar é bem real. Existe igualmente um problema quanto à utilização de certos antibióticos no genoma da planta, dado que poderá conduzir a uma resistência e ineficácia quando for necessário utiliza-lo para tratar algumas infecções no homem.

Após um pedido oficial da União Europeia, algumas empresas de OGM foram obrigadas a divulgar os seus estudos, com vista à introdução de OGM na UE. Estes revelaram que ratos alimentados durante três meses com OGM apresentavam alterações dos níveis da glicémia, dos globulos brancos e vermelhos. Estes dados, claro, não foram valorizados pelas multinacionais. Estudos apontam que o uso de Roundup (pesticida da Monsanto) pode induzir no ser humano alterações do sistema reprodutor, mutações embrionárias e cancerigenas.





A mentira do fim da fome no mundo:



O mito de que os OGM vão acabar com a fome no mundo é mais uma mentira. Na realidade a utilização de OGM não revelaram um aumento da produtividade. Mais grave ainda, os pequenos agricultores ficam dependentes das multinacionais, como Monsanto, quanto à compra de sementes, adubos e pesticidas.

Nos Estados Unidos, 90% da soja e 60% do milho plantados são trangénicos. Um grupo independente de cientitas do Union of Concerned Scientist (UCS), publicou no dia 14 de maio de 2009, um estudo que prova que a produção com recurso aos OGM não melhorou o rendimento agrícola em comparação com as culturas feitas com sementes tradicionais.





O monopólio de Monsanto.



A empresa Monsanto controla 90% da produção mundial de OGM. Está presente em 46 países, com 17 500 empregados e tem um volume de nogócios de mais de 8 mil milhões de Dólares. Nos últimos anos comprou mais de 50 empresas do ramo para dominar o mercado mundial de sementes.

Na India quase todo o algodão cultivado é ONG, as sementes de Monsanto tem um preço quatro vezes mais elevado do que as tradicionais e necessitam da mesma quantidade de pesticida. Uma praga, em 2006 nesse país, destrui grande parte das culturas de algodão trangénico e mais de 700 camponeses suicidaram-se em seis meses. No Paraguai, no Brasil e nos Estados Unidos, alguns agricultores tiveram as suas culturas contaminadas por OGM e tiveram que pagar à Monsanto "royalties" sem nunca terem tido a intenção de produzir OGM.





A batalha dos OGM esconde enormes interesses financeiros. O colocar um gene artificial numa determinada planta, estas multinacionais obtêm a patente dessa planta, portanto são donas delas.







http://www.autourdubio.fr/?post/une-etude-montre-que-les-ogm-n-augmentent-pas-les-rendements-965

http://www.greenpeace.org/belgium/fr/news/BASFpotatoe2

terça-feira, 2 de março de 2010

A religião envenena tudo...



"A religião envenena tudo e não acaba porque somos egocêntricos"
é um excelente entrevista de Vanda Marques, Publicado em 02 de Março de 2010 pelo Jornal i, um diário que marca a diferença nos média em Portugal.



Christopher Hitchens é jornalista e escreveu o best-seller "Deus não é Grande". Esteve em Portugal para debater o ateísmo e falou com o i





Frontal, polémico e irónico. Dos quatro cavaleiros do anti-apocalipse - como foram baptizados os pensadores ateus que surgiram dos últimos cinco anos - Christopher Hitchens é o mais controverso. Jornalista, colunista na "Vanity Fair" e na "Atlantic Monthly", acusou a Madre Teresa de Calcutá de se dar com ditadores. Christopher, inglês a viver nos Estados Unidos, esteve em Lisboa, na Casa Fernando Pessoa, para discursar sobre a "Urgência do Ateísmo". O escritor, de 60 anos, falou com o i enquanto regressava de uma visita a Évora, e já tem um livro a caminho, desta vez vai analisar os Dez Mandamentos.




De que forma é que a religião envenena tudo, como diz no seu livro?


A religião diz-nos que não temos liberdade, que fomos feitos por um ser superior. Esse ditador divino disse-nos que não saberíamos nada e que não seríamos capazes de distinguir o bem do mal. É uma forma doente de educar as pessoas. Envenena porque te torna num escravo, mas a religião não vai acabar.



Porquê?


Porque tem como principais recursos a estupidez humana, a crendice e a vaidade, disfarçada de humildade. A religião não acaba porque somos egocêntricos e temos medo de morrer. Assim, acreditamos que dizemos umas coisas pela ordem certa e vamos para o céu. Até agora nunca foi provado que aquele ser omnisciente e benigno existe.



E os milagres, como o de Fátima?


Ilusões. Duas coisas simples provam que não existe: ela nunca aparece a não cristãos e quando aparece é igualzinha à estátua que está à entrada da escola das crianças. Já agora, se o Sol tivesse parado tinha sido visto noutras partes do mundo. Fátima mais parece uma senhora que nasceu na Islândia ou no Minnesota do que na Galileia.



Porque escreveu "Deus não é Grande - Como a Religião Envenena Tudo"?


O debate entre os que acreditam no sobrenatural e os que não acreditam é o mais importante. Na altura [2007] havia um confronto entre a teocracia e a democracia. Além disso, tinha a sensação de que nos EUA estavam fartos de ver o ensino da biologia substituído por religião, com a história do criacionismo. A violência da jihad também era, e é, uma preocupação real. É o reavivar de superstições medievais, com crueldade e estupidez.



Em várias culturas sempre houve a noção de Deus, porquê?


É inato à mente humana procurar padrões para entender o mundo. Somos primatas que precisam disso, foi assim que aprendemos a domesticar animais, entendemos o padrão, logo o seu comportamento. A desvantagem é que preferimos aceitar qualquer tipo de padrão a nenhum. Haverá uma razão para que todas as igrejas de Lisboa tenham caído em 1755? É tão importante para nós. De certeza que é importante para o cosmos. Mas estão enganados. Não havia plano, há sim uma grande falha entre Lisboa e os Açores.



Somos demasiado egocêntricos?


Uma das grandes piadas da religião é que defende a ideia de que somos simples criaturas, não valemos nada, mas depois acrescenta: "Já agora, nós somos a razão pela qual o Sol se levanta." Pergunto: "Sou humildes ou não?" Aliás, são muito arrogantes. Pensam: "Claro que todas as igrejas de Lisboa caíram porque comi a mulher do meu amigo."



Mas a religião não é importante na educação, já que cria padrões morais?


É um argumento muito comum em todas as religiões. Tenho uma pergunta para essas pessoas: se a religião é a base da moral então enumerem-me uma acção moral que só uma pessoa de fé possa fazer e que eu, como ateu, não possa? Não existe. E conseguem indicar-me uma acção cruel que um crente faça apenas por causa da sua fé? Os exemplos são muitos: do 11 de Setembro à Inquisição.



Existem religiões mais perigosas do que outras?


Nos anos 30 e 40 do século XX, diria que a mais perigosa era o catolicismo romano porque estava relacionado com o fascismo. Agora é muito claro que é a versão mais radical do islamismo. Não aceito que vivamos à mercê de pessoas que às vezes nos toleram outras não. Quando armas de destruição maciça caem nas mãos de loucos, ou temos de ser muito educados para não os chatear - que para mim seria uma humilhação intolerável - ou vamos esperar pelo veredicto final - que é uma versão ainda pior do mesmo dilema. Recuso-me a viver um dia da minha vida submisso ao prazer destas pessoas.